Eliana Maria Passos Pedrosa nasceu em 26 de
fevereiro de 1953 no município de Bicas, em Minas Gerais, e chegou a Brasília
ainda criança. Sempre estudou em escola pública (Caseb e Elefante Branco) e se
formou em Química na Universidade de Brasília (UnB). É mãe, avó e vive a certeza
de que a família é a base de tudo.
Leia entrevista abaixo:
1 – A CPI da Arapongagem foi enterrada na
quarta feira (6). O que a senhora acha disso?
Eu diria que é uma situação inédita, bizarra,
senão vejamos:
• Foi noticiado que mais de 300 pessoas dentre
elas jornalistas, deputados distritais, deputados federais, vice-governador e
até mesmo o governador tiveram suas privacidades violadas.
• O chefe da Casa Militar assumiu publicamente,
em rede nacional, que pelo menos um deputado federal teve seus dados
vasculhados.
• Fora do âmbito de governo, tivemos notícias
frequentes de empresas privadas instalando grampos, produzindo dossiês.
Olhando este quadro, de pronto 23 parlamentares
dos 24 que compõem CLDF assinaram a CPI da Arapongagem. Era mais do que claro
que todos tivessem interesse na investigação. Todavia, subitamente, o governo
interfere junto a sua base e CPI é enterrada. A única conclusão que posso
tirar, é que o próprio governo estava por trás de todas as ações que a CPI iria
investigar. Termino dizendo por que bizarra. Os deputados estão abrindo mão, no
mínimo, da investigação que poderia descobrir aquele ou aqueles que violam todos
os dias suas vidas privadas.
2 – Quatrocentos veículos da PM estão
parados por falta de manutenção. O que a senhora acha desta situação? Isto é um
problema de gestão? Qual a sua sugestão para resolver este
problema?
Conheço os entraves existentes na gestão da
Administração Pública, mas situações como essa são previsíveis. Ao adquirir
esses veículos, a administração tinha conhecimento da necessidade de realizar a
revisão dentro de determinado limite de quilometragem ou tempo decorrido, sob
pena de perda da garantia. Diante dessa realidade cabia aos gestores planejarem
as contratações necessárias. Resumindo, é falta de gestão adequada, que traz
como consequência e diminuição da oferta de Segurança Pública à população do
Distrito Federal.
3 – A saúde esta um verdadeiro caos,
pessoas morrendo na fila de espera de atendimento para UTI. A Câmara Legislativa
mandou milhões em emendas para a saúde, porém alguns recursos foram realocados
para jardinagem, zoológico e quadras entre outros setores. Qual a sua opinião
sobre isso?
É inadmissível que recursos da saúde sejam
remanejados ou até mesmo que fiquem aplicados em bancos enquanto tiver uma
pessoa que esteja sem atendimento digno, sem aguardar horas em filas, com
direito a receber remédios sem descontinuidade, com marcação de consultas,
exames e cirurgias no exato momento de sua busca do serviço médico.
4 – Alguns membros da base governista
simplesmente cruzam os braços ou defendem arduamente as ações do governo no que
se refere ao remanejamento dos recursos da saúde para outras áreas. A senhora
concorda com estas atitudes?
Temos que pensar e agir independentemente se
estamos no lado A ou B. Quando se tratar de saúde pública mais ainda. Portanto
nenhum de nós pode concordar que a Secretaria de Saúde mantenha aplicado
recursos vultosos em banco ou que se permita remanejamento de seus recursos para
outras áreas enquanto todos os que buscam as unidades de saúde públicas não
tiverem um atendimento digno.
5 – A Comissão da Copa esta fazendo
varias reuniões, mas a população só vê de concreto a construção do estádio. A
senhora acredita que realmente Brasília terá todos os benefícios prometidos pelo
GDF como VLT, VLP, hospitais mais modernos, segurança de primeiro mundo etc? É
possível a população acompanhar os gastos realizados pelo governo do DF para a
realização dos eventos que ocorrerão?
Não podemos nos contentar apenas com a construção
do Estádio Nacional de Brasília. As melhorias com relação à mobilidade urbana
que foram prometidas precisam sair do papel. E para isso, precisamos fazer o
acompanhamento de perto para que não percamos esses recursos preciosos. Em que
pese o secretário de Transporte já ter afirmado que o VLT não estará pronto para
a Copa, queremos ter uma data para sua conclusão. A Comissão Especial da Copa de
2014 da Câmara Legislativa está cobrando dos secretários que cursos de línguas e
de qualificação para os setores envolvidos diretamente no atendimento de
turistas recebam mais verbas e, assim, possam atender um maior número de
pessoas. A Copa é, também, uma oportunidade para que possamos apresentar o
trabalho dos artesãos do DF. E o mais importante, que os serviços de saúde e
segurança avancem e que sejam mantidos após o Mundial. Hoje, não conseguimos
atender nem os que aqui moram, imaginem se a Copa chegar e nada tiver sido
feito. Não conseguiremos atender, jamais, a demanda de turistas.
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