A mensagem do CNMP, em visita à Goiânia, é de que a instituição está unida e apoia integralmente o trabalho dos procuradores da República do caso
MPF não recuará a ameaças no caso Cachoeira Conselheiros do CNMP em visita à Goiânia: “Não iremos admitir ameaças ao Ministério Público” (da esquerda para a direita: Conselheiros Almino Afonso Fernandes, Jeferson Luiz Pereira Coelho e Mario Luiz Bonsaglia)
“A ameça a um procurador da República é também uma afronta ao próprio Ministério Público Federal.” Foi esse o tom que marcou a visita da comitiva do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) à Goiânia, nesta quinta-feira, 28 de junho. Os conselheiros Jeferson Luiz Pereira Coelho, Mario Luiz Bonsaglia e Almino Afonso Fernandes vieram avaliar as ameaças sofridas pela procuradora da República Léa Batista e prestar irrestrita solidariedade na condução dos trabalhos pelo Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) no caso  Cachoeira.
O corregedor Nacional do Ministério Público, Jeferson Luiz Coelho afirmou que o MPF não recuará na persecução dos envolvidos com a quadrilha armada e que  “a procuradora da República permanece no caso, bem como os demais membros do Ministério Público Federal responsáveis pelo trabalho”.
O sentimento de indignação em relação às ameaças estava expresso nas feições dos conselheiros durante a visita. Para Mário Bonsaglia, “é intolerável e inaceitável” esse tipo de coerção. “Estamos aqui para mostrar que somos uma instituição unida e apoiamos o trabalho dos procuradores da República em Goiás. Vamos respaldar a independência funcional dos membros do Ministério Público Federal de qualquer forma”.
Em “alto e bom som”, Almino Fernandes também expressou sua indignação. “Não iremos admitir ameças à autonomia e independência do Ministério Público. Defender o trabalho dos procuradores da República é uma defesa da própria instituição. O MP é uma instituição fundamental para o Estado Democrático e não pode ser ameaçado”.
Além da visita ao MPF/GO, os conselheiros concederam coletiva à imprensa e se reuniram com o superintendente da Polícia Federal em Goiás, Joaquim Mesquita.
Ameaças – Um primeiro e-mail apócrifo em tom ameaçador foi encaminhado à procuradora da República Léa Batista de Oliveira no dia 13 de junho. Na mensagem, dizia que ela havia sido “dura” demais com os envolvidos no esquema de Carlinhos Cachoeira.
Em março, após um exaustivo trabalho, ela e os procuradores da República Daniel de Resende Salgado e Marcelo Ribeiro de Oliveira, poucos dias depois de ter sido deflagrada a operação Monte Carlo, conseguiram protocolizar na Justiça Federal a primeira denúncia contra 80 pessoas.
O trabalho continuou, com apoio das demais instâncias do Ministério Público Federal, principalmente para assegurar que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região mantivesse as restrições impostas pela Justiça Federal em Goiás aos acusados e para assegurar a legitimidade das provas.
Outras denúncias contra o grupo criminoso ainda devem ser apresentadas à Justiça Federal. Porém, ameaças ao trabalho do MPF continuou. Na última semana, a procuradora da República Léa Batista recebeu outro e-mail, no dia 23 de junho. Dessa vez, com palavras de baixo calão, ameaçando ela e a sua família. No âmbito do MPF, no entanto, o apoio da Instituição é irrestrito.
Ouça o áudio da coletiva concedida em Goiânia pelos membros do CNMP. O entrevistado, que falou pela comitiva, foi o corregedor Nacional do MP Jeferson Luiz Pereira Coelho.
Ministério Público Federal em Goiás
Assessoria de Comunicação