Patrício pode ser o coveiro de Agnelo no Legislativo

domingo, 24 de junho de 2012

Wilson Silvestre
Presidente da CLDF, Cabo Patrício: queda de braço com o PT
pela reeleição
Reza a lenda que político, do mais intelectualizado ao simplório, conserta relógio suíço calçado com luvas de boxe. Parece ser o caso dos deputados distritais. Enquanto o Palácio do Buriti se movimenta para medir forças com o Legislativo, a casa de leis conspira ou, na melhor das hipóteses, sinaliza ao governador que é um poder independente e não aceita tutela do Executivo, como lembrou um aguerrido deputado da base. Tudo jogo de cena. O que eles querem mesmo é negociar mais cargos e liberação de emendas parlamentares, como ficou evidente na sessão de quarta-feira, 20. De acordo com o portal da CLDF, “as críticas se referiram à falta de responsáveis claros pela liberação de recursos e o prejuízo para comunidade decorrente da não realização de diversas obras e eventos”.
A grita dos deputados acendeu a luz amarela no Buriti, alertando Agnelo de que o jogo da eleição da mesa diretora da Casa já está com a bola rolando. O presidente do Legislativo, Cabo Patrício (PT), chuta a bola para marcar um gol de placa em Agnelo. “O governador manobrou muito mal essa eleição na Câmara Legislativa, ao estimular a eleição da deputada Arlete Sampaio (PT) sem negociar ou comunicar aos partidos aliados. Deu no que deu. Patrício ficou melindrado e despertou em outras legendas a cobiça, antecipando o jogo que só ocorreria no final do ano”, resume um assessor parlamentar que acompanha o processo com lupa.
Sobre o episódio das emendas, Patrício negou que a mesa diretora tenha solicitado ao GDF a prerrogativa de poder dimensionar, por ato próprio, o porcentual das emendas de cada parlamentar que seriam executadas. “Não pedi isso e não vou entrar nesse jogo rasteiro, faço esse debate com muita tranquilidade.”  Ele sabe que o Buriti quer vê-lo pelas costas, mas tem a convicção de sua força na Casa. Pretendente para ocupar a cadeira de Patrício é o que não falta. Vai desde o novato Agaciel Maia (PTC), os veteranos Alírio Neto (licenciado do PPS) e Arlete Sampaio (PT), passando por Rôney Nemer (PMDB) e quase uma meia dúzia de outros pretendentes.
Os áulicos de Agnelo, como o deputado Chico Vigilante, já disseram centenas de vezes que são contra a emenda da reeleição. Vigilante traduz literalmente a insatisfação da corrente Construindo um Novo Brasil, predominante no governo e que “deseja enquadrar Patrício aos costumes”. Portanto, Patrício sabe que sua vida de articulador pela reeleição não será fácil. Soma-se aos percalços naturais de seu partido o fato de que ele “pode vir a ser, caso seja reeleito, o coveiro do PT”, como definiu um aliado do presidente do Legislativo. A explicação para este temor petista está no fato de que, se Patrício não for reeleito, ele pode vazar muitas informações que comprometem o futuro político de Agnelo. Fala-se muito na possibilidade de expulsá-lo do partido, ideia do grupo de apoio a Agnelo. “Duvido muito que esse grupo consiga isso.
Se eles cometerem esta besteira, Patrício tem convites para outras legendas dentro do campo socialista e aí o jogo será duro”, alerta o aliado de Patrício. Muita água vai passar por baixo desta ponte chamada reeleição da mesa diretora da Câmara Legislativa, mas uma coisa é certa: Cabo Patrício, reeleito ou não, será a pedra no sapato de Agnelo. Por isso, Vigilante pisa em ovos quando fala sobre Patrício. Como bom maranhense, ele sabe que em determinados momentos, é melhor recuar e atacar só quando o “adversário baixar a guarda”. Pelo visto, Patrício não vai tirar o dedo do gatilho tão cedo.
 Fonte: Jornal Opção

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