Mordaça imposta a Cachoeira é inconstitucional

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Cachoeira e a companheira


Carlinhos Cachoeira acaba de ser amordaçado. E a Constituição da República, que garante a livre manifestação, acaba de ser rasgada.
A quem interessa proibir Cachoeira de falar ???? E isso depois de tantas águas rolarem. …
É importante frisar ter Cachoeira, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), exercitado o direito constitucional que lhe garantia o silêncio. Só que agora quer falar. E com a imprensa, pois continuam as suas reservas com relação à CPMI.
Ele quer falar e basta. Não interessa se vai mentir ou pressionar. A valoração sobre o pronunciado competirá às autoridades e, em especial, à sociedade civil.
Por despacho, o juiz Bruno André Silva Ribeiro, da Vara de Execuções Criminais do Distrito Federal, proibiu Cachoeira de dar entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
Na verdade, a decisão judicial colocou uma mordaça em Cachoeira.
Apesar de preso, Cachoeira mantém intacto o direito de falar com a imprensa. Lógico, dentro do período  reservado para visitas.
O momento para a fala de Cachoeira é auspicioso. Ele  perdeu força e, a cada dia, está mais enfraquecido. Colher a sua manifestação é relevante, ainda que ela seja para transmitir recados e pressionar os que atuaram em concurso externo à sua organização criminosa.
Com efeito, depois da cassação do ex-senador Demóstenes e das revelações feitas nas revistas CartaCapital (filmagem coordenada por Cachoeira e referente ao empresário José Dirceu em hotel de Brasília) e Época (sobre a venda da casa que serve de residência a Cachoeira e pertencia ao governador Marconi Perillo), a fala de Cachoeira poderá ser relevante, à luz do interesse público na busca da verdade real.
A visão míope e o despacho que fere a Constituição por parte do juiz Bruno André Silva Ribeiro não ajudam em nada. Importante frisar que Cachoeira aceitou ser entrevistado pela Folha de S.Paulo.
Pano rápido. Viva o Brasil que, diariamente, se fortalece na disputa para se transformar na “Capital Mundial da Impunidade e da Blindagem”, no campo criminal, a potentes e poderosos.
Wálter Fanganiello Maierovitch


Fonte: Terra – blogs

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