“Chico Doido” perdeu para Patrício

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  O deputado distrital Chico Vigilante (PT), defensor intransigente e fiador da gestão de Ag­nelo Queiroz, deve estar preocupado com as andanças do governo. Já se passaram um ano e me­io e até agora a tão sonhada gestão do “Caminho Certo” ain­da patina no atoleiro de muitas i­deias e discussões.
  
  Chico sabe que se Agnelo não deslanchar neste restante de ano, a partir de 2013 não adianta mostrar obras ou sinalizar para a po­pulação de que “este é o cara que vai atropelar a oposição”. Ao baixar a guarda, Vigilante levou uma rasteira dos companheiros na criação da nova “força de esquerda Construindo um Novo Brasil-DF (CNB-DF)”, como definiu Cabo Patrício, um dos expoentes da nova tendência. Chico ficou isolado e terá que dividir, a partir de agora, o prestígio com Patrício. O recado foi dado no discurso proferido na quarta-feira, 8, ao anunciar que “esse campo passa a ter a responsabilidade de tirar os encaminhamentos do governo e o governo passa a partir de agora a receber o encaminhamento do maior campo do PT, inclusive na sua composição. É assim que se faz política, com agregação”. ...
  
  Ao tomar para si todas as dores de críticas a Agnelo, principalmente dentro do PT, o esperto e grande articulador Chico Vi­gilante terminou sendo uma espécie de irmão que a família sempre diz para não se importar com suas falas, “pois ele é doido”.
  
  No enfático discurso, Cabo Patrício delimitou o terreno em que o governador Agnelo vai pisar destacando que a luta do partido pela união de forças em prol de um objetivo comum é a transformação do Distrito Federal depois de vários comandos de direita. E tascou o recado direto aos críticos, principalmente Vigilante: “Muitos duvidaram que esse dia iria acontecer e pediram para adiarmos. Mas é preciso ter coragem para mudar muitos paradigmas”.  Portanto, Vigilante pode recolher suas tralhas e cantar noutra freguesia. Este é o preço a pagar por ter sido o único petista na Câmara Legislativa  contra a criação da Construindo um Novo Brasil.
   
  Por Wilson Silvestre
  
  
  Fonte: Jornal Opção - 13/08/2012