Governo do DF espionou rivais, indica PF

terça-feira, 7 de agosto de 2012

  • Agnelo afirma desconhecer as interceptações e Cláudio Monteiro diz que nunca recebeu material da arapongagem

    Jornal Folha de São Paulo na sua edição de hoje, revela conteúdo de um relatório da Polícia Federal que aponta interceptação ilegal de e-mails em prol de interesses da gestão Agnelo Queiroz.

    Segundo a Folha, o alvo do esquema criminoso era o  titular deste blog.  Marcello de Oliveira Lopes (Marcelão) juntamente com Joaquim Gomes Thomé Neto (Thomé), Idalberto Matias de Araújo (Dadá) foram flagrados pela Polícia Federal em grampos telefônicos autorizados pela Justiça,  o relatório de análise conclui que eles estariam a serviço de Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do governador Agnelo Queiroz. ...

    Por Fernando Mello, Filipe Coutinho - Jornal Folha de São Paulo

    Governo do DF espionou rivais, indica PF

    Relatório da Polícia Federal aponta interceptação ilegal de e-mails em prol de interesses da gestão Agnelo Queiroz

    Alvo do esquema seria blogueiro Edson Sombra, que já levantou diversas suspeitas contra o governador

    Relatório da Polícia Federal aponta "fortes indícios" de interceptação ilegal de e-mails para obter informações "privilegiadas/antecipadas, de interesse do governo do Distrito Federal", na gestão do petista Agnelo Queiroz.

    O relatório, baseado em grampos autorizados durante a investigação que levou à prisão de Carlinhos Cachoeira, é o primeiro documento da PF que liga o governo do Distrito Federal à espionagem de adversários políticos.

    O relatório elenca cerca de 30 conversas em janeiro e fevereiro. O suposto esquema de arapongagem é indicado por diálogos entre o sargento da reserva da Aeronáutica Idalberto Matias, o Dadá (ligado a Cachoeira e, segundo o relatório, próximo ao governo local), o agente aposentado da PF Joaquim Thomé e Marcello Lopes, o Marcellão, ex-assessor de Agnelo.

    Nos áudios, eles citam uma pessoa chamada de "chefe" e "Claudinho", que a polícia suspeita ser o ex-chefe de gabinete de Agnelo, Cláudio Monteiro -que deixou o cargo após ser apontado como o contato do grupo de Cachoeira na cúpula do governo.

    O relatório sugere aprofundar investigações sobre o esquema. Segundo a PF, Thomé passava e-mails a Dadá, que os repassava a Marcellão, que os entregava a Monteiro.

    Num diálogo, o agente aposentado diz estar "vendendo serviço" ao governo. Em outro, Dadá diz a Thomé: "O governador vai cumprir. Ele não vai falhar não, entendeu?" A PF usa essa conversa como exemplo de que o destino das mensagens obtidas ilegalmente seria "Claudinho".

    O alvo das interceptações seria o blogueiro Edson Sombra, que já levantou várias suspeitas contra Agnelo.

    Em abril, a Folha revelara que policiais da Casa Militar usaram a estrutura estatal para acessar dados do deputado federal Fernando Francischini (PEN-PR). O governo do Distrito Federal nega o acesso irregular aos dados.

    A CPI do Cachoeira deve ouvir hoje Joaquim Thomé e Andressa Mendonça, a namorada de Cachoeira.

    OUTRO LADO
    Agnelo afirma desconhecer as interceptações

    Ugo Braga, porta-voz do governador Agnelo Queiroz, disse que ele "desconhece ato de ex-integrantes de seu governo para interceptar e-mails" e "condena veementemente esse tipo de prática", dizendo que há apuração sobre isso no próprio governo.

    O ex-chefe da gabinete Cláudio Monteiro diz ser vítima de "armação". "Nunca recebi material ilegal", diz.

    Leonardo Gagno, advogado de Dadá, diz que as conversas não tratam de e-mails, mas de textos da internet. O defensor de Marcello Lopes, Jorge Jaeger, diz que ele não é investigado e o de Joaquim Thomé, Jorge Willians, chama o caso de hollywoodiano.

    Fonte: Folha de São Paulo com Redação - 07/08/2012

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