Prometendo embaraços e filas, PF entra em greve

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

  • Policiais federais se juntam a servidores públicos parados e pedem aumento de salário; sindicato diz que manterá apenas 30% do efetivo


    Os servidores públicos em greve terão hoje o reforço dos 1.700 delegados da Polícia Federal, que acusam a presidente Dilma Rousseff de desprestigiar o órgão e reduzir o efetivo.Eles se juntam a 8 mil agentes, escrivães e papiloscopistas que já estão em disputa com o Palácio do Planalto desde sexta-feira. Os delegados avisam que podem paralisar o trabalho por tempo indeterminado a partir do dia 20 se o governo não negociar aumento. O movimento na PF atinge quase todos os serviços de atendimento ao público, como a emissão de passaportes.A Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal,que representa 80% do funcionalismo, estima que 350 mil servidores de 26 categorias aderiram à greve. ...

    Delegados e agentes, no entanto, têm divergências. Os agentes exigiram desde reposição de perda inflacionária de 30% e aumento real de salário até o afastamento do diretor-geral da PF, Leandro Coimbra. Os delegados consideram a demissão uma exigência “ridícula”,que motiva “indisciplina” e “quebrde hierarquia”. “Na mesa de negociação, os ministros não levam a sério esse conteúdo político da pauta”,afirma o delegado Marcos Leôncio Souza Ribeiro,da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF). “O governo está sinalizando aumento para os militares e o repasse para o Exército. Isso desmotiva a PF e mostra desprestígio do órgão.” No Piauí, os policiais federais entregaram ontem simbolicamente distintivos e armas e suspenderam investigações em andamento. Em São Paulo, a PF fará operação-padrão a partir das 16h30 de amanhã no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Órgãos de inteligência alertaram o governo que a paralisação de servidores tinha entre os alvos parar portos e aeroportos do País, afirmou ontem Dirceu Barbano, diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), também afetada pela greve.

    Os servidores em Cumbica vão “reforçar a abordagem de pessoas ”e as vistorias. As consequências podem ser filas maiores.Pelo menos 30% do efetivo de 140 agentes vai comparecer ao trabalho, além de 80 funcionários terceirizados. A emissão e entrega de passaportes nos postos da PF na capital estão mantidos, mas a Superintendência em São Paulo também alerta para a possibilidade de filas maiores. No Rio, os servidores também aderiram à paralisação.Até amanhã,a emissão de passaportes estará suspensas – exceção a casos emergenciais, como em caso de doença. / COLABORARAM LÍGIA FORMENTI E LUCIANO COELHO, ESPECIAL PARA O ESTADO

    Por Leonencio Nossa, Marcelo Gomes, Nataly Costa

    Fonte: Jornal O Estado de São Paulo - 08/08/2012

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