Thais Antonio, da Agência Brasília
Pedro Ventura
Foto: Pedro Ventura
Pela primeira vez na história da Polícia Militar do Distrito Federal, uma mulher assume o posto de subcomandante-geral. A conquista é da coronel Vanuza Almeida, 53 anos. Filha de um capitão da reserva do Exército Brasileiro, ela nasceu em Campina Grande (PB) e foi a única entre os seis irmãos a seguir carreira militar.
A ousada opção foi o começo de uma trajetória profissional marcada por muitas façanhas: as principais, nos dois últimos anos. Em 2010, Vanuza alcançou a mais alta patente da polícia, que é a de coronel. E, nesta semana, foi escolhida para o segundo cargo mais importante na corporação, de subcomandante-geral.
“Todos nós, oficiais, sonhamos em um dia chegar aos postos mais altos da instituição. Ser a segunda pessoa da corporação é uma responsabilidade com a tropa e com a Polícia Militar”, declara. “Este é um momento de colaborar com o comandante-geral, coronel Suamy Santana, para a nossa corporação voltar a ser o que sempre foi: a melhor polícia do Brasil”, destaca a oficial.A ousada opção foi o começo de uma trajetória profissional marcada por muitas façanhas: as principais, nos dois últimos anos. Em 2010, Vanuza alcançou a mais alta patente da polícia, que é a de coronel. E, nesta semana, foi escolhida para o segundo cargo mais importante na corporação, de subcomandante-geral.
Para assumir o novo cargo, a coronel Vanuza deixará a Diretoria de Inativos, Pensionistas e Civis (DIPC), que comanda há três anos. “Eu me preparei para isso. Fui formada para chegar onde estou”, assegura.
A trajetória de Vanuza Almeida é marcada pelo pioneirismo. A coronel participou da primeira turma de policiais femininas do Distrito Federal, em 1983. Em 1985, foi para Minas Gerais fazer um curso de formação de oficiais, pois Brasília ainda não oferecia essa opção para mulheres. Concluiu o curso em 1988 e ganhou do pai a espada que simbolizava a carreira dele no Exército. Voltou para a capital do país como aspirante e, de lá pra cá, colecionou promoções até chegar à mais alta patente da PM.
Família – Mãe de duas filhas e casada há 23 anos, a coronel Vanuza se considera “extremamente família”. Acredita ter conciliado a carreira e a vida pessoal de forma equilibrada, mas confessa: “Às vezes exagero na cobrança. De vez em quando minhas filhas dizem: ‘mãe, aqui não é quartel’”, conta, descontraída. E sobre o companheiro, é enfática: “Costumo dizer que meu marido não é policial, mas entrou na polícia comigo”, brinca.
Justiça, hierarquia e disciplina – A nova subcomandante-geral da PMDF pauta a vida militar em três pilares: justiça, hierarquia e disciplina. A voz baixa e a fala pausada deixam transparecer a docilidade da coronel, que garante sempre ter sido respeitada pelos policiais que comandou. “Nunca perdi essa característica. Esta farda nos dá autoridade, mas fui sempre doce e firme, como são as mães”, declara.
Preconceito, ela só enfrentou de civis, enquanto exercia a profissão. No começo, piadinhas dos homens, pouco habituados às mulheres policias. Mas também já sofreu preconceito por parte de outras mulheres. Certa vez, grávida da primeira filha e no comando uma blitz, ouviu de uma motorista: “A senhora deveria estar em casa, e não na polícia. Expliquei para ela que sou policial em todos os momentos. A mulher grávida não está doente”, diz a subcomandante.
Felizmente, afirma a coronel, muita coisa mudou na corporação desde seu ingresso na carreira militar. “A polícia feminina foi criada para cuidar de idosos, crianças, adolescentes e para fazer revista em mulheres. Com o passar do tempo, fomos crescendo profissionalmente e ganhando novas atribuições e responsabilidades”, destaca. “Ser militar não é só uma profissão, é algo que está dentro de mim. Aprendi com o meu pai. Eu só sei ser policial militar”, garante Vanuza.
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