Agnelo e a reforma no secretariado

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

  • Caiu a ficha no Palácio do Buriti. O governador Agnelo Queiroz (PT), enfim, vai dar urna guinada administrativa logo nos primeiros dias de 2012. Para isso, vai promover a dança das cadeiras. Não é nada oficial, mas assessores e aliados garantem que será feita uma reforma no secretariado e nas administrações regionais. As mexidas devem atingir ainda empresas pública no segundo escalão do governo. Existe até a possibilidade de fusão de secretarias.

    Já passava da hora de Agnelo dar um sacode no governo. O primeiro ano foi marcado pela ineficiência em muitos setores do GDF. Onde a coisa funcionou e produziu bons resultados, a população não ficou sabendo do que foi feito.

    O brasiliense leu e ouviu muito foi falar sobre escândalos, denúncias, delações e intrigas. Teve também invasões e muito dinheiro. A agenda negativa pautou as reuniões do Buriti. Nunca na história deste pais um governo produziu tantas notas oficiais em tão pouco tempo. Textos frios e sem emoção. Ninguém do governo teve coragem de botar cara para defender o governador. Foi um tal de esconde-esconde. Na Câmara Legislativa, o deputado Chico Vigilante (PT)foi o único a ir constantemente à tribuna para defender o governador de tudo ode Iodas.

    Se os integrantes do primeiro escalão do governo foram medrosos para defender Agnelo no primeiro ano, no início do segundo devem ter medo de perder seus empregos. O governador vai precisar de assessores com mais comprometimento e competência.

    No primeiro ano, o caminhão de melancias o qual se tornou o Buriti leve muitas baixas, mais ainda é preciso fazer mudanças. Esse assunto já foi explicado em outra ocasião, vamos lembrar como funciona: como a carga é difícil de organizar, durante o trajeto uma outra melancia cai da carroceria e fica pelo caminho, até que em determinado trecho as frutas conseguem se acomodar de uma forma que o caminhão chegue, a duras penas, até o fim. O freio de arrumação de janeiro promete mudanças profundas.

    Agnelo está ampliando o seu grupo de aconselhamento, antes restrito a pouquíssimas pessoas. É um fator positivo. Essa abertura permite que o governador tenha uma visão melhor do que acontece em sua administração, além de uma análise mais nítida do cenário político. A mudança no primeiro e segundo escalões deve tirar o governo da cegueira em que se encontra e, quem sabe, aproximá-lo e fazê-lo se comunicar com a sociedade.

    Os partidos da base aliada e, principalmente, o PT devem dar a sua cota de contribuição e sacrifício na nova formação do governo, afinal oque está em jogo não é o projeto pessoal de Agnelo Queiroz, mas sim o projeto político do grupo que está no poder. O naufrágio de Agnelo pode representar um insucesso eleitoral para todos os integrantes desse grupo político.

    Alguns partidos já ensaiam uma debandada do Buriti para fugir do desgaste político e miram candidatura própria em 2014. PSB e PSD, por exemplo, estão se conhecendo e o namoro, ou até algo mais sério, pode surgir futuramente. O PDT, ninguém sabe, ninguém viu. É um de voto e ruim de articulação política.

    Quanto mais próximo 2014 estiver, mais intensos serão os relacionamentos. O que Agnelo precisa fazer é manter o grupo unido até as próximas eleições. Mas será muito difícil evitar traições e abandono. Muita coisa tem que ser feita para consertar esse governo antes que ele vá para obrejo. A reforma do secretariado de janeiro é um passo. Deve dar certo, pois está difícil piorar.

    Por Ricardo Callado



    Fonte: Jornal da Comunidade

Nenhum comentário:

Postar um comentário