CGU mostra primeiras provas de corrupção que Orlando Silva pedia

domingo, 11 de março de 2012
Quando foi demitido do Ministério do Esporte, em outubro, por  não ter, entre outros compromissos, fiscalizado o dinheiro que liberava,  o ex-ministro se disse “injustiçado”.  Pedia “provas” de fraudes na sua  pasta.
Agora, cinco meses depois da demissão, as provas estão surgindo.
A Controladoria-Geral da União (CGU) divulga as entidades que  receberam dinheiro federal e desviaram a grana.  Entre elas, oito, por  enquanto, conveniadas do Ministério do Esporte. Total do calote  esportivo: R$ 7,2 milhões. Serão realizadas tomadas de contas especiais  para saber o destino do dinheiro público.
Dos R$ 7,2 milhões, R$ R$ 3,1 milhões foram para apenas uma entidade, o Instituto Contato, de Florianópolis. Atenção!
Memória - Até aqui, isso não é nem a ponta o iceberg do volume de  irregularidades que foram praticadas na gestão Orlando Silva. E o atual  ministro, Aldo Rebelo, chegou à pasta com essa missão: limpar a área.
Nessa lista do CGU não consta, por exemplo, o convênio de R$ 5  milhões do Ministério do Esporte com a Federação Paulista de Xadrez,  denunciado neste blog, em 2010.
O dinheiro seria para projetos do Segundo Tempo, mas até a Polícia  Federal precisou entrar em campo para investigar, a pedido da  procuradora federal Heloisa Maria Fontes Barreto, de Piracicaba (SP).
Instituto Cidade  - E tem o caso do Instituto Cidade, de Juiz de Fora (MG), que deveria  desenvolver o projeto Pintando a Cidadania, mas o dinheiro também  desapareceu e até a Polícia Federal foi chamada para tentar achar o rumo  da corrupção.
Um dos casos mais rumorosos que envolve ONGs – ainda não foi liberado  pela CGU – é o que aproxima ex-ministro do Esporte, e atual governador  do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, ao policial João Dias. À época,  Orlando Silva era secretário executivo do Ministério, imediato de  Agnelo. A confusão envolve desvios de R$ 3 milhões.
Provas - Depois que foram exibidos vídeos do ex-governador do Distrito  Federal, Roberto Arruda, recebendo grana por baixo dos panos, provas de  corrupção passaram a ter a imagem como referência.
Foi nisso que o ex-ministro Orlando Silva se baseou para dizer que a  pasta que dirigia era transparente, pois faltavam “imagens”.
Porém, o corrupto público se identifica, também, pela omissão. E no  caso do Ministério do Esporte isso é farto. O Segundo Tempo não tinha  controle do dinheiro que liberava, faltava fiscalização.
Ranking - Não é novidade: a corrupção no Brasil é fartíssima. Estamos em 73º  lugar num ranking de 183 nações. Os casos são tão freqüentes –  e cada  um maior que o anterior -  que acabamos nos esquecendo da história  recente de vários escândalos.
Porém, no caso do esporte, esse assunto não sairá da pauta deste blog.
Espero que os órgãos de fiscalizam consigam demonstrar, ao final das  investigações, como o dinheiro público financia espertos de ocasião,  inexperientes gestores e candidatos políticos que usam a máquina federal  em benefício próprio.
A lista da CGU das entidades sob investigação está aqui
Fonte: Blog do José Cruz

Nenhum comentário:

Postar um comentário