Não adianta pedir aumento

Partiu do Palácio do Planalto uma sinalização ao governador Agnelo Queiroz. Não adianta encaminhar qualquer tipo de reivindicação que implique aumentar salários ou vantagens de policiais militares – como também de policiais civis ou qualquer outro estrato do funcionalismo que já ganhe mais do que os  integrantes da mesma corporação em outras unidades da Federação.

Efeito cascata - O Planalto não teme apenas o aumento de despesas. Sua maior preocupação é com o efeito cascata. Sabe que, se houver qualquer tipo de concessão do gênero, será seguida por um tsunami – esse sim, dos

grandes – de reivindicações semelhantes de todos os pontos do País.

Nos andares superiores - Já se sabia, no gabinete da presidente Dilma Rousseff, que a encrenca havia chegado a patamares superiores ao previsto. Os salários dos policiais de Brasília estão sendo usados pelos militares irritados com o governo por conta da Comissão da Verdade. Sua postura, partida da reabertura de investigações, evoluiu para a questão salarial. Em um documento do Clube Militar, consta a observação de que um coronel da PM de Brasília ganha R$ 16,3 mil, enquanto um coronel do Exército recebe R$ 13 mil. Tudo o que o Planalto não quer é esse tipo de discussão se espalhando na Marinha, na Aeronáutica e no Exército.

Ameaça ao fundo - O corolário dessa equação é a ameaça ao Fundo Constitucional do Distrito Federal. O governador entendeu o recado. Veio daí o aviso, dado por ele, para a turma baixar a bola.

 Fonte: Eduardo Brito/ Coluna do Alto da Torre/ Jornal de Brasília