Agnelo cada vez mais distante de 2014

segunda-feira, 3 de setembro de 2012






Por Wilson Silvestre - Petistas cinco estrelas já não escondem de ninguém que a situação do governador Agnelo Queiroz entrou numa zona de turbulência.   A avaliação é que mesmo provando que tudo não passa de armação dos adversários, em 2014 o PT terá outro candidato. Não é possível reverter, em menos de um ano e meio, os desgastes que a legenda sofreu e ainda sofre no Distrito Federal. “Temos bons nomes além de Agnelo, mas com ele insistindo na reeleição torna-se complicado falar em nomes”, avalia um destes preocupados companheiros.
De fato, gente próxima à presidente Dilma Rousseff imagina que o perfil do secretário da Casa Civil do Distrito Federal, Sweden­berger Barbosa, cai bem no figurino do candidato moderno, articulado, conhecedor da máquina pública e bom gestor. “Ele é uma opção que não deve ser descartada, mas é bom lembrar que temos em nossos quadros outros nomes”, garante a fonte.

Outra encrenca à vista será como Agnelo vai explicar a ausência de data na impressão dos cheques enviados à CPI. De acordo com relato de Lauro Jardim no Blog da Veja, “as cópias dos cheques que ele diz ter repassado ao PM-bomba, João Dias, como parte dos pagamentos pela compra de um carro, não têm a data que foi impresso, um requisito crucial para identificar a veracidade das folhas”.

O problema do PT no DF é a escassez de políticas públicas que tenham a marca petista, requisito his­tórico do partido. Agnelo até a­gora, só fez repetir a gestão do ex-governador José Roberto Arruda (sem partido). Não inovou nem sequer criou algum programa que impactasse junto à população. A cada dia a mobilidade urbana na Ca­pital do País se torna caótica.
A co­mu­nicação, em que pese ter uma com­petente jornalista na pasta, não consegue passar à população a imagem de um governo realizador ou mesmo que cumpre o dever constitucional de terminar obras iniciadas pelo seu antecessor. Gastam-se milhões em comunicação, mas pouco se sabe do que está sendo realizado, por exemplo, na educação, saúde, segurança pública e, pasmem, na área social.

Agnelo — leia-se governador de fato Swedenberger Barbosa — tem conseguido direcionar recursos para segmentos mais vulneráveis da população, principalmente em saneamento básico e equipamentos urbanos. Como estas informações passam ao largo da classe média, principal algoz dele, as peças publicitárias que deveriam exaltar o caráter inovador da gestão, como melhoria no atendimento público, política fiscal rigorosa e prospecção de empresas que antes queriam ir para outras regiões, ficam perdidas.

O governador Agnelo tem que se comportar como um gestor público eficiente e não como um sindicalista no poder que deseja agradar todas as categorias profissionais do DF. Com esta atitude, ele só arruma confusão e alimenta o falatório dos servidores e adversários. A sorte de Agnelo é que a oposição se comporta como o sujo falando do mal lavado. Ninguém com tutano suficiente para seguir os passos do governo.
As discussões são as mais paroquiais, sem nenhuma relevância para os brasilienses que, além da descrença com o legislativo, não dão a menor importância ao que os parlamentares discutem.

Um exemplo de que a classe média está de costas para o GDF foi o lançamento na quinta-feira, 30, do programa Saúde Para Todos com direito à presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), e promessas de melhoras no setor.
Trata-se de um esforço que merecia ter sido divulgado melhor, massificado mesmo, principalmente nas regiões administrativas. Não é qualquer governo no país que realiza um mutirão para 16.632 cirurgias, além de consultas de especialidades e exames. Tudo bem que o projeto está previsto para encerrar em 2013.
Talvez esta seja a preocupação maior das cabeças pensantes do PT. E se der errado? Será mais uma arma entregue a oposição para atirar no modo petista de governar.

 
Este tipo de análise ronda corações e mentes de pessoas como Geraldo Magela, Swedenberger, Wasny e outros menos cotados na escala de reservas. Quem realmente imagina alcançar a cadeira do Buriti, caso Agnelo naufrague de vez, deve estreitar conversas com as ovelhas desgarradas da oposição. Estes sim, ao penderem para um lado, podem virar a direção do barco.


Fonte: Jornal Opção

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