Greve dos metroviários do DF é a maior do País

domingo, 15 de janeiro de 2012
Greve dos metroviários do DF é a maior do País Foto: Andressa Anholete/247 - 16.12.2011

Procurador regional do Trabalho não considera a greve abusiva, mas recomenda retorno imediato às atividades

Informações Maryna Lacerda _Brasília247 — A greve do Metrô está prestes a se tornar a maior da categoria no Brasil. Neste sábado (14) a greve completa 34 dias, superando os 33 dias de paralisação do movimento de Belo Horizonte, em 2004. O ponto dos funcionários paralisados já aparece cortado no contracheque de janeiro. De acordo com o Metrô, o desconto é retroativo aos dias parados em dezembro. Assim, no contracheque de fevereiro aparecerá o corte referente a janeiro. Na sexta-feira (13), o procurador regional do Trabalho responsável pelo processo recomendou o fim da greve.
O desconto é proporcional ao rendimento de cada funcionário e à quantidade de dias sem trabalhar. O valor atual do piso é de R$ 1.2 mil e a média de desconto é de R$ 400. Já o teto da categoria é de R$ 5.4 mil e o corte tem sido, em média, de R$ 2 mil.
Na sexta-feira (13), o procurador regional do Trabalho,Cristiano Paixão, afirmou ao portal de notícias G1 que já finalizou seu parecer sobre a greve. Ele não a considera abusiva, mas recomendou o retorno imediato às atividades, já que se trata da paralisação de um serviço essencial à população.O Sindmetrô disse que só decidirá se mantém ou põe fim à greve na próxima assembleia, na segunda-feira (16).
O conselheiro fiscal do Sindicato dos Metroviários do Distrito Federal Hugo Lopes conta que o corte efetivo do ponto ainda não foi feito e o desconto no contracheque é uma forma de a empresa pressionar os funcionários pelo fim do movimento. “O Metrô está tentando coagir os funcionários”, diz.
Lopes afirma também que a empresa está cortando mais dias do que os efetivamente não trabalhados. Segundo ele, “tem gente que faz dez dias de paralisação e teve corte referente a 15 dias”, reclama. A menos de um ano da última paralisação, em março de 2011, os grevistas reivindicam, pela segunda vez, aumento salarial e benefícios recebidos por funcionários de outras empresas públicas do DF.
Eles também pedem a melhoria de condições de trabalho, como contratação de mais pessoal e compra de equipamentos de segurança. Lopes diz que o déficit de mão de obra é tal que há estações que operam com apenas um funcionário.
O Metrô decidiu não negociar mais. Vai esperar até que o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região dê parecer sobre a legalidade da paralisação. O órgão alega que cumpriu todos os acordos da pauta e que dessa vez não fará mais propostas até que os manifestantes voltem aos trabalhos. A assessoria da companhia afirma que só negociará mediante cessão da greve.
O dissídio da greve deveria ter sido julgado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região nesta sexta-feira (13), mas foi adiado para a terça-feira (17). O sindicato garante que vai entrar na Justiça contra o desconto na folha de pagamento caso a greve seja considerada legal.
O impasse entre funcionários e Metrô deixa os passageiros esperando por até 25 minutos para conseguir entrar em um vagão. Com apenas nove trens circulando, ao invés dos 24 que compõem a frota, nem mesmo os 180 ônibus extras colocados como reforço pela Secretaria de Transporte em Samambaia, Ceilândia e Taguatinga dão conta de atender à demanda. O jeito é esperar e se conformar com o caos generalizado.
Fonte blog radio corredor

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