Por Marcelo Vieira - No último dia de Carnaval a falta de médicos nas emergências dos hospitais regionais de Santa Maria, Gama, Ceilândia e de Taguatinga revoltou centenas de pacientes que esperaram até 12 horas para ser atendidos. Os turnos de plantão, iniciados na manhã de ontem, praticamente não foram cumpridos por vários médicos que deixaram de comparecer ao trabalho. Apenas um clínico estava presente nos pronto-socorros dos hospitais visitados pela reportagem do Jornal de Brasília.No Hospital de Taguatinga, um quadro com a escala de plantão do dia, dividida nos períodos da manhã, tarde e noite, constando diversas especialidades, não tinha um nome sequer de médico para trabalhar.
No Hospital Regional de Santa Maria era grande o número de pacientes que, desde as 6h, esperavam por atendimento. Cerca de 80 pessoas espremiam-se nos bancos de espera para serem atendidas por apenas um clínico, que havia iniciado o plantão às 7h. O vigilante Francisco Ribamar, 53 anos, chegou às 8h30 no pronto-socorrro e quando fez a sua ficha de atendimento foi informado que só havia um clínico trabalhando. Por volta das 12h ele ainda não havia sido atendido, o que fez com desistisse de esperar e voltasse para casa.
O zelador Alexandre Barbosa dos Santos, 55 anos, queixando-se de intoxicação pelo uso de produtos de limpeza que utiliza no trabalho, passou pela mesma situação. “Cheguei às 6h e até agora – o relógio marcava 12h30 – não fui atendido. “Não consigo trabalhar do que jeito que estou e com a falta de médico não sei o que fazer”, disse ele.
O pronto-socorro da pediatria também estava lotado e, assim como na emergência geral, só havia uma pediatra para atender dezenas de crianças. A ouvidoria do hospital não funcionou ontem, mas o plantão administrativo explicou que o problema não era falta de médicos ao trabalho. De acordo com o setor, a dificuldade está no reduzido número de médicos contratados por concurso público.
Fonte: Clica Brasília
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