João Dias diz que Daniel Tavares recebeu R$ 1 milhão para mudar depoimento

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012


 Fim do mistério. O ex-lobista Daniel Tavares mentiu ao acusar o empresário Eduardo Pedrosa, irmão da deputada distrital Eliana Pedrosa, de ter lhe oferecido R$ 400 mil e uma mesada para que gravasse um depoimento incriminando o governador do DF, Agnelo Queiroz. Ele chegou a gravar um depoimento para a deputada distrital Celina Leão (PSD), mas depois gravou um outro e inventou uma “armação” para acusar a oposição.

Pelo menos é o que se constata em um post colocado hoje no blog "Rota de Colisão", do cabo PM João Dias. Além de se colocar a disposição da deputada distrital Celina Leão para prestar esclarecimentos sobre a conduta de Daniel Tavares, o militar diz que o ex-lobista recebeu propina para mudar o depoimento. Dias informa também que Daniel Tavares teria recebido a importância de R$ 1.000.000,00 do coronel Leão. O pagamento teria sido feito em duas parcelas – uma de R$ 250.000,00 e outra de R$ 750.000,00.

A versão apresentada pelo cabo PM João Dias desmente o último depoimento de Tavares, feito à TV Record, no qual diz que Eduardo Pedrosa ofereceu a ele R$ 400 mil, além de uma mesada durante um ano, para apresentar uma versão que comprometesse Agnelo. Em 33 minutos de depoimento, o lobista disse com detalhes ter feito uma transferência eletrônica para a conta-corrente de Agnelo em 2008, quando ele era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a título de retribuição por atestado assinado pelo hoje governador do DF em benefício da empresa União Química.

"Chegou até mim o senhor Eduardo Pedrosa, irmão da deputada Eliana Pedrosa, e me levou até a casa dele, à beira da terceira ponte, e me fez essa proposta", disse o lobista, que acrescentou: "Eu falei tudo aquilo que eles queriam ouvir e todos os pontos que foram colocados foram pontos plantados pelo senhor Eduardo e a senhora Celina Leão para prejudicar o governador".

O cabo PM João Dias não apresenta qualquer prova, mas se diz disposto a ajudar esclarecer tudo o que aconteceu. O comentário geral é o que Dias teria um vídeo com declarações comprometedoras de Daniel Tavares. Vamos aguardar.

Leia a íntegra do post de João Dias:

“EU JOÃO DIAS FERREIRA, ME COLOCO A DISPOSIÇÃO DA DEPUTADA CELINA LEAO, NA QUALIDADE DE TESTEMUNHA, PARA CONTRIBUIR DENTRO DE TODOS OS SENTIDOS POSSÍVEIS DA LEGALIDADE, CONTRA A PESSOA DO SR DANIEL TAVARES, QUE SE DISPÔS A GRAVAR UM DEPOIMENTO EM VÍDEO, E DEPOIS ACUSOU AS DEPUTADAS ELIANA PEDROSA E CELINA LEÃO DE LHE OFERECEREM PAGAMENTOS ILÍCITOS, SENDO QUE A VERDADE E QUE O SR DANIEL TAVARES RECEBEU DO CEL LEÃO A IMPORTÂNCIA DE 1.000.000,00 EM DOIS PAGAMENTOS, SENDO UM DE R$ 250.000,00 ANTES DESSES REFERIDOS ACONTECIMENTOS E OUTRO NO VALOR R$ 750.000,00 PARA QUE O DANIEL VOLTASSE ATRÁS DO QUE RELATOU NA PRIMERIA GRAVAÇÃO, SENDO QUE A SEGUNDA GRAVACAO FOI FILMADO NA CASA DO SR ACSELSO RIBES, SUBSECRETÁRIO DE ENTORNO DO DF, E E CLARO QUE ROLOU UM "RAXIDE" E A COMEMORAÇÃO REALIZADA EM CALDAS NOVAS, LEMBRANDO QUE O ACSELSO E TIO DO CORONEL LEÃO E PADRINHO DE CONSIDERACAO DO DANIEL, AMIGOS DE LONGAS DATAS, E TODA EXTORSÃO CONTRA O PRÓPRIO GDF FOI ORQUESTRADA EM FAMÍLIA”.

Anvisa inocenta Agnelo

Uma sindicância da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concluiu que o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), é inocente da acusação de ter recebido uma suposta propina quando era dirigente da autarquia para autorizar a comercialização de um medicamento. Agnelo, que era responsável pela liberação de licenças de funcionamento de laboratórios, sempre negou a acusação.

A denúncia contra o governador partiu do ex-funcionário da indústria União Química Farmacêutica, Daniel Tavares, que afirmou que Agnelo teria recebido R$ 5 mil como parte do pagamento de propina para a liberação de um medicamento. Em um segundo momento, Tavares disse ter recebido recursos de adversários de Agnelo para incriminá-lo.

De acordo com a Anvisa, o corregedor Ivon Carrico, responsável pela sindicância, informou aos advogados do governador que não foi encontrada nenhuma irregularidade ao longo da investigação. A sindicância duraria inicialmente 60 dias, mas foi prorrogada por mais de 60.

Fonte: Estação de Notícia 

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