Patrício imita Anselmo; aposta na traição. Xavier aborta golpe

terça-feira, 6 de março de 2012

por José Seabra

Diretor da Polícia Civil cria escudo . O que se ouve é que cabo não manda em delegado
Diretor da Polícia Civil cria escudo . O que se ouve é que cabo não manda em delegado
Depois da fracassada greve dos policiais e bombeiros militares, respira-se no Rio – que continua lindo – o ar da segurança. O clima na Cidade Maravilhosa é de liberdade, de democracia. Mas de Brasília chegam notícias pouco alvissareiras. Na capital da República acabam de descobrir mais um motim, a montagem de um jogo traiçoeiro para tentar desqualificar autoridades.
O que se diz é que estão recriando sorrateiramente nos corredores da Câmara Legislativa a figura do Cabo Anselmo. O cenário que se desenha é o da intriga, da traição, do quanto pior melhor. Do gabinete da Presidência sopra-se o vento da discórdia em dois sentidos. O alvo à esquerda, a poucos metros de distância, é o Palácio do Buriti. À direita, um pouco mais distante, é o complexo da Polícia Civil.
Vestido com a máscara que costuma caracterizar os conspiradores, o ex-cabo Patrício, que fez do Legislativo brasiliense uma espécie de quartel particular, viola direitos, rompe compromissos e trai uma causa. Age como um biltre. Manipula os fracos que vivem à sua volta na tentativa de atingir com golpe mortal a governabilidade.
A mais recente e desprezível ação do ex-cabo foi identificada pelo Palácio do Buriti. O serviço de informações do governador Agnelo Queiroz descobriu que Patrício tem procurado minar a estrutura da Polícia Civil. O jogo é sujo, com o odor azedo da sordidez. As ações são comparadas às de um safardana que não mede conseqüências para abocanhar cada vez mais maiores fatias do poder.
Relatórios reservados indicam que o ex-cabo busca desacreditar o novo diretor da Polícia Civil Jorge Xavier. A estratégia, que já rendeu frutos em épocas remotas, é espalhar boatos para dividir e enfraquecer a corporação. O objetivo, um só: com a suposta queda de Xavier, o presidente da Câmara tentará emplacar para o cargo o delegado Maurílio Lima Rocha, diretor de segurança legislativa.
Sobre a mesa de Agnelo Queiroz e do secretário de Segurança Pública Sandro Avelar repousam cópias impressas de torpedos trocados no auge da crise que provocou a queda do ex-diretor Onofre Moraes. Mensagens assinadas pelo governador e por três secretários, tendo como interlocutor um ex-assessor que sempre transitou livremente por todas as esferas do Executivo e que hoje tenta imprimir segurança a uma das comunidades mais violentas do Distrito Federal. Foram esses torpedos que deram tranqüilidade ao governador a optar por Jorge Xavier.
Ele (Xavier) é gente boa. Tem o apoio da grande maioria da categoria, desde delegado a agente. É um técnico respeitado, capaz de pacificar a polícia e resgatar o prestígio da instituição.
Esse é apenas um dos trechos das muitas mensagens.
Informado por um grupo fiel das artimanhas do ex-cabo, Jorge Xavier procurou cercar-se do que há de melhor no seio da Polícia Civil. Para criar uma espécie de escudo capaz de apagar qualquer tentativa de incêndio, ele levou para o seu lado os delegados João Rodrigues, Silvério Moita, Éric Sebba, Watson Warley, Adival Cardoso e Sandra Gomes de Melo. Uma equipe qualificada e respeitada. Com ele, sete. O número de vidas de um gato que não se deixa pegar em emboscadas.
Ao contemplar diferentes grupos, Jorge Xavier ficou mais forte. São delegados ligados a Laerte Bessa, Paulo Tadeu, Filippeli, ao setorial do PT, ao secretário de Justiça Alírio Neto e ao próprio Sandro Avelar. Um grupo capaz de vencer qualquer queda-de-braço com o ex-cabo Patrício e seus velhos apadrinhados Maurílio e Celso Ferro.
Já com a situação sob controle, o diretor da Polícia Civil está se preparando para reforçar as delegacias de Brasília e das demais cidades do Distrito Federal. A situação dele é tão tranqüila, que é comum delegados mais experientes, mesmo sendo agora seus subordinados, baterem em seu ombro e sussurrarem uma frase que se ouve em todas as delegacias.
- Estamos mostrando à sociedade que um cabo jamais vai mandar em delegado. E um ex, sem patente, muito menos.
Ou, em outras palavras, a ditadura, seja de Anselmo, seja de Patrício, tende a naufragar quando os primeiros ratos mostram que, por uma migalha de queijo, a traição fala mais alto.

Fonte: Notibras

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