Rollemberg briga para administrador do DF ser eleito pelo voto

domingo, 25 de março de 2012
Por Alline Farias, Jornal da Comunidade

Em seu primeiro mandato como senador da República, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) diz estar buscando conciliar a agenda nacional com um trabalho em benefício da população do Distrito Federal. Entre algumas das conquistas, ele cita o apoio que deu ao obter a ampliação de R$ 60 milhões do recurso do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) para financiar atividades de comércio e serviços do DF e entorno.  
Uma das bandeiras do senador voltou a ser discutida no Senado Federal. É a Proposta de Emenda Constitucional nº 29/2011, para permitir que sejam eleitos administradores regionais e seus vices, no Distrito Federal.
Rollemberg já foi deputado distrital, secretário de Turismo, secretário de Inclusão Social do Ministério de Ciência e Tecnologia no governo Lula e deputado federal. Agora, mostra novamente intenção de se candidatar ao governo do Distrito Federal, em 2014. Em entrevista ao Jornal da Comunidade, ele fala sobre o assunto.  
Qual a importância das eleições diretas para administrador regional?
Essa é uma reivindicação antiga da população do DF. É inadmissível que anos depois de conquistar a autonomia política, tenhamos cidades muito antigas, como Planaltina, ou que estão entre as maiores brasileiras, como Ceilândia, e outras que já têm sua vida ativa consolidada, não terem o direito de escolher o seu administrador regional.
Estamos vivendo um processo de aprofundamento da democracia e o projeto de eleição direta para administradores regionais caminha nessa direção, de ampliar os instrumentos de participação popular na escolha do administrador.
Infelizmente, os diversos governos do Distrito Federal, ao longo dos anos, continuam indicando alguns administradores regionais que sequer moram nas cidades, num desrespeito à população daquelas cidades. Com a eleição direta, além de promover um debate sobre as cidades, a população vai ter oportunidades de eleger pessoas que ela conhece e que conhecem os problemas da cidade.
Como funcionaria essa questão?
É importante deixar claro que ele não prevê criação de municípios, criação de Câmara de Vereadores, e nem aumento de despesas. As eleições seriam realizadas juntamente com a escolha do governador, deputados e senadores. Cada cidade escolheria seu administrador. Ele seria fiscalizado pela Câmara Legislativa e pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal, como é hoje. Então, não mudaria nada de como funciona hoje, somente a escolha por eleição, a princípio.
O PSB faz parte da base aliada do GDF, mas o senhor mantém certo distanciamento ao governo Agnelo, porque?
Eu tenho, primeiro, me dedicado muito a uma agenda nacional. Sou presidente da Comissão do Meio Ambiente e há tarefas importantes que tenho de cuidar. Por outro lado, tenho procurado ajudar o DF, em todos aqueles assuntos que são de interesse do DF.
Por exemplo, no ano passado, acompanhei representantes do governo para conseguir, junto ao Ministério da Integração Nacional a ampliação de R$ 60 milhões do recurso do FCO para financiar atividades de comércio e serviços do DF e Entorno.
Como coordenador da bancada tenho procurado trazer recursos para o Distrito Federal. Não ajudo mais por que não sou mais demandado pelo governador do DF, mas estou à disposição para tudo que for de interesse da cidade.
Como o senhor avalia os primeiros 15 meses do governo Agnelo?
Primeiro temos de ter o entendimento que o governador encontrou muitas dificuldades em seu primeiro ano de governo. A crise política por qual Brasília passou, que teve quatro governadores num período de um ano, levou a uma destruição dos serviços públicos e isso dificultou o governo no início. Agora, o que a gente percebe  é que há problemas graves na gestão do governo, de ineficiência, já passado mais de um ano do governo.
Parece-me que o governo é extremamente concentrado e acho que errou politicamente ao não buscar, desde o primeiro momento, uma contribuição mais significativa, de pessoas que têm experiência, têm compromisso com o Distrito Federal e ajudaram na eleição do governador, especificamente o meu caso e do Cristovam [Buarque].
Tivemos, recentemente, aprovada a Lei da Ficha Limpa. Na sua avaliação, a aprovação muda radicalmente o quadro político para 2014?
A Lei da Ficha Limpa é um avanço extremamente  significativo, que vai melhorar a quali- dade da política e dos políticos e que certamente tornará todos os agentes públicos mais cuidadosos daqui para frente. Creio que essa exigência de ficha limpa vai acabar, necessariamente, se reproduzindo  em outras escalas da esfera pública, como no Executivo. Há um clamor da população por ética na política.
O nome do senhor tem aparecido como um dos possíveis candidatos ao governo do DF nas eleições de 2014. De fato, o senhor planeja essa candidatura?
É muito cedo para falar em candidatura ao governo, acredito até que é um desserviço ao DF falar em candidatura nesse momento. É claro que isso vai acontecer num momento oportuno, no segundo semestre de 2013, e essa decisão caberá ao partido e ao conjunto de forças políticas. O que tenho procurado fazer é desempenhar bem a minha missão que me foi dada pela população do DF de representar a cidade no Senado e ajudar o DF.
A ocupação urbana tem sido tema polêmico no DF. Como o senhor vê essa questão?
É importante Brasília perceber que a construção civil é muito importante para a economia da cidade. Ela é responsável pela geração de um grande número de empregos. Mas por outro lado é importante ressaltar que toda a ocupação urbana no DF deve ser feita de forma organizada, de forma planejada, para que a cidade possa crescer de forma adequada e manter a qualidade de vida dessa geração e das próximas gerações.
Como fazer isso nesse ponto em que Brasília já está começando a inchar e crescer de forma desordenada?
Temos de desconcentrar o desenvolvimento da cidade. Não podemos fazer com que só grandes investimentos  da cidade estejam apenas no Plano Piloto. É muito importante que daqui para frente o governo busque, inclusive, criar mecanismos de incentivo para que novos empreendimentos  possam se instalar em outras cidades do Distrito Federal e desconcentrar as atividades econômicas. O governo também precisa concluir o processo de regularização de condomínios, o que é importante para que a cidade esteja toda legalizada.


Fonte: Jornal da Comunidade/Estação da Notícias

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