A Saga da omelete

• • Da Coluna ONs e OFFs do jornalista Lívio Di Araújo, do Jornal Alô
    
    O senador Roberto Requião (PMDB-PR) e o deputado distrital Robério Negreiros Filho (PMDB) se desentenderam ontem no Twitter. Tudo começou quando Requião tuitou: “Por absoluta falta de indicação de restaurante em BSB, vou almoçar em casa .Uma bela omelete”. Após alguns de seus seguidores opinarem sobre temperos e até quantidade de ovos que ele deveria usar, uma seguidora, especificamente publica o tweet: “Brasília é um deserto de bons restaurantes. Os poucos restaurantes dito chiques são apenas caros – e nada mais”. Requião devolve um monossilábico “De acordo”.
    
    O ovo
    
    Bastou isso para que o distrital Robério saísse em defesa de Brasília, provocando o senador do mesmo partido ao dizer que Curitiba (cidade de Requião) era “um ovo”. “Esse Requião calado já está errado. Vai falar da cidade dele”, completou Robério. Dai em diante…
    
    Requião: “Este seu entendimento de minha bela Ctba, bem maior que nossa BSB, mostra que OVO é seu cérebro”.
    
    Robério: “O dia que v. Excelência tiver força e respeito no PMDB nacional, quem sabe eu não me cale. Ab”. “Esse senador Requião falando mal da nossa cidade não tem como ficar quieto. O pior é falar que o DF é menor em população que Curitiba”. “Pesquise e veja que sua Curitiba tem 1.7 de habitantes e o DF 2.5. Bom domingo e melhoras”.
    
    Requião: Que besteira!
    
    Ao final do dia, aparentemente alguns tweets haviam sido apagados. Mas não das nossas cabeças.
    
    
    Notas
    
    
    Mais que 13 não!
    
    Após a mobilização em Brasília para pressionar os deputados distritais a acabarem com os 14º e 15º salários, os deputados federais e senadores podem esperar que a metralhadora está virada para o Congresso Nacional. Um dos grupos responsáveis por mobilizar a opinião pública em Brasília, o Adote um Distrital, já começa a se manifestar no Twitter com a tag #MaisQue13Nao, fazendo referência ao 13º, único salário extra que os trabalhadores têm direito a receber durante o ano.
    
    Na Câmara, Reguffe
    
    Tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados, projetos que preveem o fim dos subsídios extras já estão protocolados e tramitando pelas Casas. Enquanto o do Distrito Federal foi iniciativa do deputado distrital Raad Massouh (PPL), na Câmara também é de um deputado de Brasília a ideia: o federal Reguffe (PDT). O PDL 02/2011 tem como relatora a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES). Porém, o projeto ainda espera o relatório de Rose e sequer saiu da Mesa Diretora da Casa…
    
    No Senado, Gleisi
    
    Já no Senado, o assunto está um pouco mais adiantado. O projeto lá é de iniciativa da hoje ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o relator é o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que deu parecer favorável e está tramitando na Comissão de Economia e Finanças. Se vai a plenário logo, só a boa vontade dos políticos é que vai dizer, mas que saibam que a população não vai ficar quieta enquanto os salários extras não acabarem.
    
    Precavida
    
    Como uma pessoa precavida vale por duas, a deputada federal Érika Kokay (PT) já se adiantou para evitar desconforto como causou no DF: protocolou ofício junto à Câmara dos Deputados renunciando, em caráter definitivo e irreversível, os 14º e 15º salários. “Os parlamentares, seja em âmbito federal, estadual ou municipal, são servidores públicos, apenas com a peculiaridade de serem escolhidos pelo voto direto dos cidadãos. Nesse sentido, de fato, não devem receber tratamento diferenciado em relação ao conjunto dos demais servidores públicos”, defende.
    
    
    Um nó
    
    
    Anda forte a articulação entre os distritais para eleição que definirá o próximo presidente da Casa. O cargo, hoje ocupado pelo distrital Patrício (PT) é a menina dos olhos de alguns parlamentares que se movimentam intensamente.
    
    Tem os que querem abertamente (Arlete Sampaio). Os que querem não tão abertamente assim (Agaciel Maia), mas, ao que tudo indica, ninguém teria planos tão audaciosos quanto o distrital Rôney Nemer. Segundo fonte, Rôney tem se cacifado para assumir uma vaga no Tribunal de Contas do DF, mas sabendo que, se “não rolar”, fica com o nome forte para ocupar a presidência no próximo biênio.