Policial que acusou Orlando Silva depõe na Polícia Federal

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

João Dias afirmou à 'Veja' que ministro recebeu propina de verba desviada.
Ele disse que vai apresentar ao delegado provas materiais de acusações.


O policial militar João Dias Ferreira ao chegar à Polícia Federal, em Brasília, para prestar depoimento (Foto: Lucas Cyrino / G1)
O policial militar João Dias Ferreira,
que acusou o ministro do Esporte,
Orlando Silva, de receber propina, depõe
nesta quarta-feira (19) na Superintendência
da Polícia Federal, em Brasília. Ele
chegou para o depoimento por volta
das 15h10.

Ao chegar, João Dias, como é
conhecido, afirmou que apresentará
ao delegado da PF responsável
pela investigação "provas materiais"
das acusações que fez ao ministro.
"Vou apresentar provas materiais
no depoimento. (..) Ainda tem muito
mais", afirmou o policial ao chegar.

O policial disse ainda que seus
advogados conseguiram autorização
na Justiça Federal para que ele tenha
acesso a provas obtidas durante a Operação Shaolin, da Polícia Civil do Distrito
Federal, na qual João Dias chegou a ser preso. A operação investigou desvio de
dinheiro do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte.

Antes da chegada de João Dias, um coronel da Polícia Militar aguardava por ele
para acompanhar o depoimento.

Na terça (18), João Dias se reuniu com parlamentares da oposição no gabinete
da liderança do PSDB. Ele afirmou que entregou à revista "Veja" o áudio de uma
reunião realizada em 2008 para tratar da prestação de contas do programa.
Ele não apresentou as supostas provas em público, após a reunião.

Ele afirmou na terça que entrou em contato com o líder do PSDB no Senado, Álvaro
Dias (PR), porque está sofrendo ameaças de morte. O líder tucano disse que o
PSDB encaminhou ao Ministério da Justiça um pedido de "garantia de vida" para o
policial militar.

Há expectativa de que o policial peça proteção especial à Polícia Federal nesta quarta.
Na noite de terça, o ministério da Justiça informou que, se houvesse solicitação, a
Polícia Federal concederia "imediatamente" proteção especial a João Dias Ferreira.

Segundo nota da assessoria da pasta, a decisão foi tomada depois que o
ministério recebeu ofício do PSDB solicitando a proteção especial.

Depoimento no Congresso
Além do depoimento na PF, João Dias deve ainda ser ouvido na próxima semana
pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
 A comissão aprovou na manhã desta quarta (19) requerimentos que convidam o
policial militar João Dias Ferreira e Célio Soares Pereira.

Os dois requerimentos foram protocolados pelo líder do DEM na Câmara,
deputado Antonio Carlos Magalhães Neto. Os convites não obrigam a
presença na comissão, ficando a cargo do convidado decidir se comparece.

Os requerimentos têm como base declarações publicadas em reportagem da "Veja"
deste fim de semana. João Dias afirmou que o ministro teria comandando um
esquema que desviou cerca de R$ 40 milhões da pasta nos últimos oito anos.

Célio Soares Pereira, que teria sido um "faz-tudo" no ministério na época da
suposta fraude, falou à "Veja" que chegou a entregar dinheiro nas mãos de Orlando
Silva. A revista diz que atualmente Célio Pereira trabalha em uma academia de
ginástica do policial militar João Dias.



Fonte: G1

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