Buriti segura emenda de aliados e abre nova crise com a Câmar

sexta-feira, 16 de março de 2012

a

Distritais imaginam divã e desabafam suas mágoasDistritais imaginam divã e desabafam suas mágoas
Por Odir Ribeiro -- Os ventos da crise da presidente Dilma Rousseff com o Congresso Nacional começam a soprar forte em direção à extremidade oposta do Eixo Monumental. Na Câmara Legislativa é visível a insatisfação dos aliados do Palácio do Buriti com o governador Agnelo Queiroz.  A principal queixa é contra o contingenciamento de emendas parlamentares. Cada deputado tem direito a apresentar 12 milhões de reais em emendas. As destinações dos recursos são diversas. Há montantes, por exemplo, indicados para obras, outros para eventos. É o jeito que os parlamentares têm de atender a pleitos emergenciais de seus eleitores que dificilmente entram no Orçamento do governo.
Em uma das poucas sessões desta semana em que foi possível votar alguma coisa, a Câmara Legislativa apreciou cinco dos 29 vetos do governador a iniciativas próprias dos parlamentares ou a alterações em projetos de iniciativa do Palácio do Buriti. Liberada a pauta, teoricamente a votação pode ser retomada. Mas...
O mas pode ser traduzido da seguinte maneira: o enredo da crise envolvendo mágoas distritais e respostas palacianas, não é tão simples assim. Porque por trás da letargia da Câmara existe uma grande insatisfação silenciosa de parte dos distritais.
O que se comenta nos bastidores do Legislativo brasiliense é que os deputados não andam nada felizes com a maneira como vêm sendo tratados pelo Buriti, seja na relação direta com Agnelo Queiroz ou com quaisquer dos seus secretários.
Em conversa com Notibras, muitos deputados fizeram uma espécie de desabafo indicando todo o seu inconformismo. Deixaram as palavras fluir livremente, como se segredassem algo no divã do analista. E como se trata de segredos, os nomes dos revoltosos são mantidos em sigilo. Essa, aliás, foi a condição para que se ouvisse algo deles.
A maioria dos lamentos vem dos distritais não petistas, mas nem por isso de fora da base governista. Alguns deles se arvoraram e enumeraram vários motivos para a relação entre o Executivo e o Legislativo estar cada vez mais estremecida.
Afora a questão do contingenciamento das emendas, a principal reclamação é que os secretários não lhes dispensam a atenção devida. Raramente a demanda é atendida, o que demonstra o desprestígio da base governista em relação ao Buriti.
A insatisfação chegou a tal ponto que deputados se queixam de estar há seis meses esperando espaço na agenda de determinados secretários. No rol dos criticados aparecem Paulo Tadeu (Governo) e Rafael Barbosa (Saúde), para ficar apenas em dois exemplos.
Há também a questão das ciumeiras. Mudanças de cargos em áreas pontuais (sem considerar corporativismo) desagradam muita gente.
O líder do Governo Wasny de Roure (PT) reclama de dores de cabeça por tanto assédio dos colegas e pouco resultado em atendê-los. O também petista Patrício, presidente da Câmara, chega a dizer que não vê a hora de se transformar em Pôncio Pilatos (aquele que lavou as mãos por ver que a questão fugia da sua alçada).
- O clima é difícil. Precisamos urgentemente de uma porta, ou ao menos uma janela que nos deixe chegar por pouco que seja ao Buriti, teria revelado Patrício em conversas reservadas com alguns dos seus pares, conforme confidencia um interlocutor.
No fundo, o que se nota é que o divã é pequeno para tantos lamentos. Há deputado apostando que a anunciada (embora não confirmada) chegada de Berger Barbosa ao Buriti, onde ocupará a Casa Civil de Agnelo, vá imprimir um novo ritmo à estrutura do governo.
Talvez seja um alento, porque deputado vive de mimos – justamente os mimos que eles prometem aos seus eleitores, mas que o Buriti, sabe-se lá por que, tem travado.
Fonte : Notibras 

Nenhum comentário:

Postar um comentário