Luiz Alves

Na reunião foi discutido o relatório apresentado por Henrique Fontana (esq.).
Em sua última versão, o relator incluiu no texto uma proposta de realização de referendo, em agosto de 2013, para que a população decida se aceita o modelo de financiamento e o sistema eleitoral aprovados pelo Congresso.
Novo sistema eleitoral
Pelo relatório, todas as vagas para deputado e vereador passarão a ser divididas pelo método das maiores médias, a chamada Fórmula D’Hondt. Por essa fórmula, o partido que recebe a maior quantidade de votos garante a primeira cadeira na Câmara e tem então sua quantidade de votos dividida por dois. A próxima cadeira será assim distribuída à legenda que estiver com a maior quantidade de votos naquele momento.
Se a vaga for preenchida pelo mesmo partido que ocupou a primeira cadeira, a legenda terá novamente seu total de votos dividido, agora por três. Se a vaga for ocupada por outro partido, ele terá seus votos divididos por dois para a escolha dessa terceira cadeira.
Luiz Alves

Fontana retirou do texto a proposta de que o eleitor pudesse votar duas vezes para deputado.
Listas partidárias
O relatório também prevê que o eleitor vote apenas uma vez para deputado – em versão anterior, inspirada no exemplo alemão, seriam duas –, podendo optar por um nome ou um partido de sua preferência. O relator explicou que retirou de sua proposta inicial a ideia de que o eleitor pudesse votar duas vezes para deputado, porque a proposta foi considerada por alguns parlamentares como um favorecimento ao PT.
Por isso, ele propôs um sistema já utilizado em outros países no qual o eleitor pode escolher entre o candidato e a legenda partidária. Assim, se um partido tem direito a quatro deputados e recebeu 75% de votos em pessoas e 25% na legenda, serão eleitos o primeiro colocado da lista partidária e os três mais votados. A lista deverá ser definida por votação dentro de cada partido.
Críticas
O processo, no entanto, deverá ser demorado. Já foram apresentados 23 destaques para a votação em separado de pontos específicos do relatório e outros ainda estão sendo elaborados pelos partidos que querem alterar o texto de Fontana.
Para o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), o financiamento público só seria aceitável com um outro sistema eleitoral. “É incongruente tentar associar esse sistema de financiamento público ao sistema eleitoral de voto proporcional nominal que temos hoje e que, na minha opinião, não fica substancialmente alterado pela proposta do nosso relator. Só há dois sistemas que são compatíveis com o financiamento público: o voto proporcional por lista fechada ou o voto distrital”, afirmou.
Sem pressa
Instalada no início de março do ano passado, com uma pauta de discussão que incluía 20 itens e dividindo o foco com uma comissão semelhante que funcionava no Senado (já encerrada sem a aprovação de um relatório), a comissão da Câmara nunca trabalhou para dar resultado a curto prazo, conforme gosta de repetir o presidente do colegiado, deputado Almeida Lima (PPS-SE).
“Desde que ficou definido que as mudanças não valeriam para as eleições de 2012, perdeu-se o sentido de pressa. Optamos por fazer um trabalho mais amplo e profundo para vigorar a partir de 2014”, declarou o deputado de Sergipe.
Fonte: ‘Agência Câmara de Notícias‘
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