Liliane se firma como herdeira política de Roriz

segunda-feira, 28 de maio de 2012


  • Deputada distrital Liliane Roriz (PSD): herdeira política do rorizismo tem movimentos monitorados pelo PT

    Se um interlocutor desavisado abordar a deputada distrital, Liliane Roriz (PSD), sobre o tema “herdeira política de Joaquim Roriz”, certamente vai ter uma resposta de uma filha admiradora do pai, mas com um estilo próprio de se fazer política. É natural que a maioria dos filhos sigam os passos e exemplos dos pais. Tanto em empresas familiares quanto na política, essa tradição já faz parte de nossa cultura. Liliane não é diferente. O pai, verdadeiro animal político, sempre impregnou o ambiente familiar com as discussões intermináveis sobre política. A história já é do conhecimento de todos habitantes do Distrito Federal. Liliane, a rebelde, peitou a coligação de partidos que apoiavam o pai na eleição passada para o governo e saiu candidata. Conquistou o mandato por merecimento e muito trabalho. ...

    Aos poucos, se firma como uma hábil opositora ao governo de Agnelo Queiroz (PT), sem a virulência da colega de partido, Celina Leão. Sua moderada oposição desperta nos adversários uma preocupação a mais para 2014: ela realmente será a herdeira do rorizismo? “Liliane nem aceita discutir isto. O enfoque dela é no parlamento e não a sucessão de Agnelo em 2014”, resume um aliado que priva das conversas reservadas da deputada. No ambiente familiar, poucas vezes este assunto foi abordado, até por uma questão de hierarquia, pois a outra filha, Jaqueline é deputada federal e não fica bem apontar qualquer uma delas como “herdeira política”. No entendimento de Liliane, já manifestado algumas vezes, “isto é uma conquista natural”.

    Joaquim Roriz sabe que não volta mais a disputar qualquer cargo público, por conta de a Justiça eleitoral tê-lo como ficha suja. Nas conversas amenas e raras que mantêm com as filhas, quando estão juntos, ele nunca aborda este assunto; quando muito, elogia ou orienta sobre situações políticas. “Roriz vai morrer exercitando o diálogo político. Como ele mesmo sempre diz: Podem me tirar o direito de concorrer, mesmo assim vou continuar a fazer política”, conta um sobrinho.

    Uma das características de Liliane é a simplicidade. Roriz sempre orientou as filhas para que tivessem uma profissão, graduassem num curso superior e, caso entrassem na política, fossem independentes de qualquer pressão financeira. Liliane seguiu à risca o conselho. Sempre buscou ser empreendedora, independente financeiramente. É neste ponto que reside sua força como parlamentar: não precisa bater à porta do Executivo.

    Na esteira de “herdeiros do rorizismo”, não pode deixar de mencionar o nome do presidente do PSD no Distrito Federal, Rogério Rosso. Embora tenha tido um estremecimento com Roriz assim que ele saiu do PMDB, Rosso goza da simpatia da família Roriz, mantendo um relacionamento afetivo, quase de filho. Pelo menos politicamente, ele é filho de Roriz. Foi no governo de Roriz que Rosso se projetou como político e administrador de Ceilândia. Portanto, nem sob tortura Liliane admitirá para alguém que vai empunhar a bandeira do rorizismo. “Ela é muito amiga da mulher de Rosso, Karine, e qualquer palavra nesse sentido, pode prejudicar a relação de amizade entre as duas”, conta uma amiga de ambas.

    Tanto Rogério Rosso quanto Liliane e Karine dão boas gargalhadas quando o assunto entra na conversa do grupo, por amigos ou mesmo em uma provocação de jornalistas. Mas é bom ficar de olho nos movimentos dessa moça, coisa que o PT já vem fazendo desde o ano passado quando ela migrou para o PSD. “No pior dos mundos, ele pode ser candidata a deputada federal em 2014. Se eleita, ela se torna uma competidora forte ao Buriti em 2018”, resume um petista. Mesmo que nada disso aconteça, Liliane é sem dúvida a mais talhada para assumir o posto do pai.

    Por Wilson Silvestre


    Fonte: Jornal Opção - 28/05/2012

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