'Vamos enfrentar a polícia', diz sem-teto sobre área ocupada no DF

terça-feira, 22 de maio de 2012

  • Encerrou prazo dado pela Justiça para desocupar área invadida em Ceilândia.
    GDF deve se reunir nesta segunda para decidir situação de sem-teto.


    Terminou à meia-noite deste domingo (20) o prazo dado pela Justiça para que as famílias que ocupam a região da QRN 01 de Ceilândia, cidade a 26 quilômetros de Brasília, deixem a invasão conhecida como "Novo Pinheirinho". No entanto, lideranças do movimento afirmam que não vão deixar o local e que vão resistir caso a polícia tente invadir o local.

    O diretor nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Edson Silva, afirmou que as família não vão aceitar deixar o local. “Ou seja, nós vamos enfrentar a polícia. Vai ter uma resistência por parte das famílias, por parte dos manifestantes. Nós não aceitamos sair do terreno, porque acho que isso não é política habitacional”, afirmou Silva ao Bom Dia DF. ...

    Representantes do governo do Distrito Federal devem se reunir na tarde desta segunda para decidir o futuro das cerca de mil famílias que estão na QRN 01, segundo a assessoria do GDF. De acordo com o porta-voz do GDF, Ugo Braga, não será possível negociar a permanência do grupo no assentamento.

    "Não dá pra negociar a permanência deles naquele local. Já discutimos várias outras reivindicações com o grupo, mas esse ponto da permanência é inviável", ressaltou Braga.

    A Secretaria da Ordem Pública e Social (Seops) informou que já pode remover os barracos erguidos uma vez que o prazo estabelecido pela Justiça venceu neste domingo, mas ainda espera o fim das negociações entre sem-teto e governo. A pasta ressaltou que não há operações de derrubadas programadas para esta segunda.

    O grupo formado por cerca de cinco mil pessoas, segundo as lideranças, está na área há um mês. De acordo com o GDF, o terreno pertence à Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) e tem tamanho equivalente a 35 lotes de terrenos urbanos. A estimativa dos ocupantes é que haja 500 barracas na invasão.

    Um dos diretores do MTST, Guilherme Simões, disse que a área é chamada de “Novo Pinheirinho” em referência ao terreno na cidade paulista de São José dos Campos que foi desocupado pela Polícia Militar do estado em janeiro. No local viviam 1,5 mil famílias.

    Guilherme Simões disse ao G1 que o protesto era contra a desocupação do assentamento. Integrantes do MTST ocupam desde abril uma área pública em frente ao setor de indústria de Ceilândia. Eles afirmam que vão permanecer no local até que o governo do Distrito Federal se comprometa a negociar com eles a entrega de lotes ou casas populares.


    Em 3 de maio, um grupo com cerca de 300 manifestantes tentou invadir o Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal. A polícia informou que um vidro foi quebrado pelo grupo. Para impedir a invasão, a polícia chegou a usar spray de pimenta. O grupo chegou a bloquear o trânsito no Eixo Monumental.

    Desde o início da ocupação, já foram realizadas três reuniões entre o movimento e o GDF, mas nenhum acordo foi fechado. A estimativa do governo é que até dezembro de 2014 sejam construídas cerca de 100 mil casas populares no Distrito Federal.


    Fonte: G1 - DF - 22/05/2012

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