Raul Filho (PT) foi flagrado em vídeo negociando “oportunidades” na capital de Tocantins para o grupo de Cachoeira.
Leonardo Prado
Raul Filho (E) tentou explicar as negociações
com Cachoeira em troca de apoio à sua campanha eleitoral.
O prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), não
conseguiu convencer os integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
(CPMI) do Cachoeira de que não teria beneficiado o contraventor Carlos Augusto
de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, em troca de doação para sua campanha
para a prefeitura da capital de Tocantins em 2004. Raul Filho depôs nesta
terça-feira, na última reunião da CPMI antes do recesso parlamentar. Ele
autorizou a quebra dos seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.
Para o relator da comissão, deputado Odair Cunha
(PT-MG), o depoimento não foi convincente e as investigações devem continuar.
“Há indícios de que houve financiamento de campanha em troca de benefícios em
contratos na prefeitura”, disse Odair. Segundo o relator, houve contradições no
depoimento, e o padrão de comportamento da organização criminosa visto em Goiás
e no Distrito Federal se repetiu em Tocantins.
O vice-presidente da comissão, deputado Paulo
Teixeira (PT-SP), que dirigiu os trabalhos da CPMI nesta terça-feira, disse que
também não se sentiu convencido com o depoimento de hoje, pois, ressaltou, o
Ministério Público questionou o contrato com a Delta Construções S.A.. Segundo
ele, o prefeito não cancelou o acordo com a construtora mesmo tendo argumentos
para isso.
Infelicidade
Raul Filho afirmou aos integrantes da CPMI que foi uma “infelicidade” ter sido filmado por Cachoeira durante as negociações com o contraventor. “Muitos conseguem ter esse tipo de apoio sem as câmeras”, disse o prefeito, em resposta ao questionamento do senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP). “Foi uma felicidade para a opinião pública brasileira”, respondeu o parlamentar.
Raul Filho afirmou aos integrantes da CPMI que foi uma “infelicidade” ter sido filmado por Cachoeira durante as negociações com o contraventor. “Muitos conseguem ter esse tipo de apoio sem as câmeras”, disse o prefeito, em resposta ao questionamento do senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP). “Foi uma felicidade para a opinião pública brasileira”, respondeu o parlamentar.
O vídeo, exibido pelo
programa Fantástico da Rede Globo, mostra Cachoeira e Raul entrando em
uma sala com assessores para uma reunião em 2004. Eles conversam por quase uma
hora. O então candidato pede contribuição para sua campanha e, em contrapartida,
diz que há em Palmas “uma série de oportunidades a serem exploradas, no campo
imobiliário, nos transportes e na concessão de água”. A Delta Construções S.A.
seria a empresa beneficiada pelos acertos com o grupo de Cachoeira.
Leonardo Prado
Lorenzoni: prefeito mentiu ao dizer que não sabia quem era
Cachoeira.
“Eu gerei uma falsa expectativa, e nada disso se
concretizou nos sete anos em que estamos à frente da prefeitura”, disse Raul
Filho. Ele afirmou ter se encontrado duas vezes com Cachoeira: a primeira em
1994 e a segunda em 2004. “Fui para Anápolis sem saber com quem iria me
encontrar. Não me recordo como ele foi apresentado, nem em que área ele atuava”,
disse Raul Filho sobre o encontro gravado.
Mentira
Para o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), o prefeito mentiu ao dizer que não sabia quem era Carlinhos Cachoeira. “Não se sustenta seu argumento. Se não sabia com quem iria falar porque foi falar de oportunidades em Palmas?” questionou.
Para o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), o prefeito mentiu ao dizer que não sabia quem era Carlinhos Cachoeira. “Não se sustenta seu argumento. Se não sabia com quem iria falar porque foi falar de oportunidades em Palmas?” questionou.
Na avaliação do parlamentar, o comportamento de
Raul Filho pode ser equiparado ao da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) e ao do
ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, também flagrados em
vídeos comprometedores.
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Newton
Araújo
Fonte Câmara Federal
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