Entregues ao descaso

segunda-feira, 27 de agosto de 2012




Foto tirada no Conselho Tutelar do Itapoã

Por Elton Santos - Conselhos tutelares enfrentam diversas dificuldades para manterem suas atividades com um mínimo de normalidade. Entretanto, nem sempre é possível. Há situações em que, involuntariamente, os profissionais entregam casos nas mãos do acaso.

Na cidade da Estrutural não é diferente. Sem estrutura, conselheiros tiram recursos do próprio bolso. Isso acontece quando é preciso ligar para parentes de crianças atendidas ou órgãos em busca de informações. Muitas vezes é necessário ligar de aparelho pessoal.

Na unidade, o governo só disponibiliza um aparelho Nextel com 300 minutos mensais, apenas para ligações locais. Às vezes os conselheiros precisam de conexão com outros estados, mas ficam impossibilitados. Em algumas situações recorrem ao Centro de Referência e Assistência Social (Creas), que fica próximo ao prédio.

Atualmente trabalham cinco conselheiros e quatro servidores do administrativo. Mas existem apenas dois computadores para todos os funcionários. Uma das conselheiras, a Ilda dos Santos, trouxe uma poltrona de casa para sentar porque no local não há mobília suficiente.

Para se ter ideia do descaso, a entidade chegou a ficar sem energia por seis meses. Nesta época, o expediente findava ao pôr do sol. Com luz, a carga horária é muito maior. “Quase sempre passamos do horário”, disse Ilda. Quando a reportagem esteve no local, ainda não tinha telefone fixo, muito menos internet.

No final do mês passado, a secretária da Criança, Rejane Pitanga, disse em entrevista a uma TV local que a solução para esses últimos problemas citados viria em trinta dias.

Mas prazo nem sempre são cumpridos. E o conselho da Estrutural é prova disso. Há quase três meses, os funcionários de lá encaminharam um pedido para que o GDF se posicionasse sobre os problemas. Os conselheiros deram dez dias. E lá se vão aproximadamente 90 dias e nada de resposta.

“Nós somos a ponte entre a justiça e a família. Sem estrutura, a gente atrasa o trabalho”, lamenta Djalma Nascimento, outro conselheiro, que vez ou outra desvia função e trabalha de motorista, ou até mesmo de serviços de limpeza.
Como trabalhar na tentativa de estruturar uma família se nem a própria entidade possui condições de desenvolver suas atividades ?

Fonte: Radio Corredor 

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