Foto tirada no Conselho Tutelar do Itapoã
Por Elton
Santos - Conselhos tutelares enfrentam diversas dificuldades para
manterem suas atividades com um mínimo de normalidade. Entretanto, nem sempre é
possível. Há situações em que, involuntariamente, os profissionais entregam
casos nas mãos do acaso.
Na cidade da
Estrutural não é diferente. Sem estrutura, conselheiros tiram recursos do
próprio bolso. Isso acontece quando é preciso ligar para parentes de crianças
atendidas ou órgãos em busca de informações. Muitas vezes é necessário ligar de
aparelho pessoal.
Na unidade, o
governo só disponibiliza um aparelho Nextel com 300 minutos mensais, apenas para
ligações locais. Às vezes os conselheiros precisam de conexão com outros
estados, mas ficam impossibilitados. Em algumas situações recorrem ao Centro de
Referência e Assistência Social (Creas), que fica próximo ao prédio.
Atualmente
trabalham cinco conselheiros e quatro servidores do administrativo. Mas existem
apenas dois computadores para todos os funcionários. Uma das conselheiras, a
Ilda dos Santos, trouxe uma poltrona de casa para sentar porque no local não há
mobília suficiente.
Para se ter ideia
do descaso, a entidade chegou a ficar sem energia por seis meses. Nesta época, o
expediente findava ao pôr do sol. Com luz, a carga horária é muito maior. “Quase
sempre passamos do horário”, disse Ilda. Quando a reportagem esteve no local,
ainda não tinha telefone fixo, muito menos internet.
No final do mês
passado, a secretária da Criança, Rejane Pitanga, disse em entrevista a uma TV
local que a solução para esses últimos problemas citados viria em trinta dias.
Mas prazo nem
sempre são cumpridos. E o conselho da Estrutural é prova disso. Há quase três
meses, os funcionários de lá encaminharam um pedido para que o GDF se
posicionasse sobre os problemas. Os conselheiros deram dez dias. E lá se vão
aproximadamente 90 dias e nada de resposta.
“Nós somos a ponte
entre a justiça e a família. Sem estrutura, a gente atrasa o trabalho”, lamenta
Djalma Nascimento, outro conselheiro, que vez ou outra desvia função e trabalha
de motorista, ou até mesmo de serviços de limpeza.
Como trabalhar na
tentativa de estruturar uma família se nem a própria entidade possui condições
de desenvolver suas atividades ?
Fonte:
Radio Corredor
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