Reforço no combate ao crime

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

  • Força Nacional começa a atuar no DF em 15 dias para ajudar a reduzir índices

    Secretário Sandro Avelar quer combater o sequestro relâmpago e o tráfico de drogas na região
    Sitiar o Distrito Federal e fechar as principais rotas de fuga para autores do chamado sequestro relâmpago e a porta de entrada de traficantes baseados em cidades da  Região Metropolitana do Distrito Federal serão as principais missão da Força Nacional de Segurança (FNS), que chegará ao DF em um prazo de 15 dias. Cerca de cem homens serão responsáveis por manter barreiras fixas montadas em pontos estratégicos. A tropa deverá ficar no DF por um prazo mínimo de três meses, com possibilidade de prorrogação definida pelo Ministério da Justiça. ...

    A preocupação do governo procede. Este ano, houve aumento de 49% no número de sequestros relâmpago no DF, somando até ontem 509 casos. As ocorrências são registradas em todas as cidades do DF, com destaque para Taguatinga.

    A Força irá atuar em pontos específicos previamente mapeados pela Secretaria de Segurança do DF em análises criminais. Os estudos identificaram que rodovias federais, como a BR-040, que liga o DF a Valparaíso (GO); e BR-020, que liga Sobradinho a Formosa (GO), são algumas das vias mais usadas por autores de roubos com restrição de liberdade da vítima. A Força poderá evitar que criminosos deixem o DF com os veículos roubados e os levem para pontos de desmanche localizados em municípios goianos, como Águas Lindas e Luziânia.

    Os militares da FNS serão orientados por levantamentos de inteligência policial feitos pela Secretaria  de Segurança quando o assunto for o combate ao tráfico de drogas. Bloquear a entrada de drogas e enfraquecer os traficantes que atuam em cidades como Ceilândia e Samambaia são outras metas da FNS. Segundo o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, a tropa será um reforço no combate a duas das naturezas criminais que mais preocupam. “Toda ajuda é bem-vinda e vamos contar com o auxílio da Força para reduzir ainda mais os índices criminais, principalmente do roubo com restrição de liberdade da vítima e dos casos de tráfico de drogas”, afirmou o secretário.

    Avelar destacou, ainda, que a FNS não terá envolvimento com o policiamento ostensivo – que continua a cargo da Polícia Militar – e sim com a fiscalização apenas nas rodovias e estradas vicinais. “O planejamento e a execução das operações que sempre foram desencadeadas pela nossa Polícia Militar não mudam. A PM permanece com a mesma competência e com suas atribuições normais”, explicou.

    Pesadelo do brasiliense

    O sequestro relâmpago tem se tornado o pesadelo de muitos brasilienses. Algumas pessoas estão mudando hábitos com medo de serem a próxima vítima. Um caso que chamou a atenção neste mês foi o sequestro da filha do ministro da Pesca, Marcelo Crivella. Deborah Crivella, de 30 anos, foi abordada no meio da tarde em uma quadra da Asa Sul. Ela conseguiu fugir do carro e escapar, mas o criminoso levou seu carro.

    Segundo a Secretaria de Segurança, em geral, os bandidos querem mesmo é o carro das vítimas. O problema é que, em alguns casos, há uso de violência. Na última semana, um enfermeiro, que foi pego no Sudoeste, foi agredido pelo criminoso.

    A secretaria implementou vários programas para tentar coibir este tipo de crime, mas não houve redução. As cidades com mais ocorrências são: Taguatinga, Brasília e Ceilândia. Na última semana, inclusive, a inteligência da polícia teria percebido um maior número de casos com fuga para o sentido norte, ou seja, pela BR-020 e, por isso, reforçou o policiamento nesta região.

    Os carros são levados para outros estados onde são desmanchados ou têm a documentação esquentada para serem passados para a frente. A polícia acredita que muitos são encomendados. Há também os crimes de oportunidade, quando o bandido passa e vê alguém dentro do veículo em posição vulnerável.

    Além disso, há o tráfico de drogas. Segundo as autoridades de segurança, este tem sido o combustível para o grande número de homicídios que tem ocorrido no DF. Só na última semana foram 16 assassinatos contra 12 em igual período da semana anterior.

    Fonte: Jornal de Brasília - 29/08/2012

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