Por Marcelo Vieira - O promotor de saúde do Ministério Público do Distrito do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Jairo Bisol, vai notificar hoje a Secretaria de Saúde, o Conselho Regional de Medicina do DF (CRM/DF) e o Sindicato dos Médicos do DF para que prestem esclarecimentos sobre o não comparecimento de médicos de diversas especialidades nas emergências dos hospitais regionais do Gama, Taguatinga, Santa Maria e Ceilândia durante os quatro dias de Carnaval, conforme mostrou a reportagem do Jornal de Brasília na edição de ontem.
“Não só vou cobrar explicações, mas vamos exigir que esses hospitais nos apresentem as escalas de plantão desde o último sábado, para que investiguemos quantos médicos estavam escalados e quantos efetivamente compareceram. O que aconteceu é um absurdo, demonstra o descaso do governo com a saúde pública e isso não pode continuar”, afirmou o promotor.
Para Jairo Bisol, a falta de médicos nos hospitais públicos demonstra “um claro enfrentamento” entre os médicos e o governo, o que, para ele, revela “um ímpeto privatista do Governo do Distrito Federal (GDF)” em relação à saúde pública. Na avaliação do promotor, a interdição, por parte do CRM/DF, da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Samambaia, poucos dias antes do Carnaval, “indica que há um claro embate entre a classe médica e o governo”, analisa Bisol.
Terceirizados - O promotor Jairo Bisol critica a existência das UPAs, pois o governo deixa de investir na contratação de mais médicos por meio de concursos públicos para a melhoria do atendimento nos pronto-socorros para terceirizar a atividade médica, por meio de contratações temporárias.
“No fim do ano passado, o governo nos garantiu que não realizaria essas contratações, mas o que observamos nos dois primeiros meses deste ano foi o contrário”, disse o promotor. Para ele, a crise crônica nos hospitais, no atual governo, “nasce de uma briga surda, entre um grupo tradicional do PT e os dirigentes da Secretaria de Saúde, que não pertencem ao partido do governo”.
Bisol disse que o governo tem de se posicionar de forma clara sobre o que, de fato, pretende de sua política no setor de saúde. ”Considero gravíssima a falta de médicos nos pronto-socorros. O governo parece estar à deriva na área. Vamos investigar em profundidade o motivo de os hospitais não contarem com médicos suficientes para os atendimentos de emergência”, afirmou o promotor.
Fonte: Clica Brasília
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