O rei dos caça-níqueis e suas grandes amizades

quarta-feira, 7 de março de 2012

Por Carlos Pacheco* -  O bicheiro Carlos Augusto Ramos, o popular Carlinhos Cachoeira, é um homem muito bem relacionado. Pivô da Operação Monte Carlo, deflagrada recentemente pela Polícia Federal, que levou à prisão dezenas de policiais civis e militares, acusados de envolvimento na exploração ilegal de máquinas caça-níqueis em Goiás e Brasília, o bicheiro foi o principal protagonista do Caso Waldomiro Diniz.
Trata-se de escândalo político que colocou em cheque o então ministro da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu. E aqueles mesmos que torpedearam o PT na época do ‘Mensalão’ surgem como personagens da teia montada por Cachoeira. Segundo a apuração da PF, Carlinhos mantinha influências poderosas na política goiana.
Segundo a Polícia, foram cerca de 200 horas de gravações telefônicas, captadas com ordem judicial, Em algumas delas, o bicheiro e o senador Demóstenes Torres (DEM) conversam com bastante desenvoltura. Para provar a sua “generosidade”, Cachoeira deu um presente incomum de casamento a Demóstenes: uma cozinha importada no valor de R$ 47 mil. O senador deve explicações e promete fazê-las em breve.
Além do democrata, citam-se o prefeito de Águas Lindas, Geraldo Messias (PP), que ganhou do bicheiro uma viagem ao paraíso norte-americano dos cassinos, Las Vegas, e o deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB), contemplado com vagas de empregos para a sua cota.
Nas escutas telefônicas, há, ainda, o ex-presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Wladimir Garcez, preso durante a operação e considerado interlocutor freqüente do governador de Goiás, Marconi Perillo, segundo a revista Época, e até o deputado federal Jovair Arantes (PTB).
Detalhe: os personagens citados acima minimizaram o contato com Cachoeira, satanizado não muito tempo atrás por eles próprios.

*Carlos Pacheco é jornalista

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