Mesmo sendo um bem que não tem preço, cobrar ética na política está fora de moda. Mas não custa nada bater na tecla. A distorção de valores tem o seu preço: os políticos não conseguem mais conquistar o coração e a credibilidade do eleitor. A desconfiança é geral.
Como não triunfam por seus próprios méritos, e sem condições de mostrar a população que é o melhor candidato para esse ou aquele cargo eletivo, inverte-se o jogo que agora passa a ser de destruir os pretensos candidatos adversários para se chegar à eleição com o mínimo possível de concorrentes. Se não tiver nenhum na disputa, melhor.
Quem se atreve a sonhar com um cargo maior, mesmo em conversas reservadas – que sempre vazam -, coloca sua cabeça a prêmio. Do nada surge campanha na imprensa, ação no Ministério Público ou investigação policial colocando em xeque as condições morais do quase candidato. É uma guilhotina política que arruína a democracia porque atropela seus modos. No final, vence o menos pior.
Vivemos num regime nada democrático. Nossos políticos têm medo se assumir uma candidatura. No passado isso já foi celebrado como esperteza política. Hoje, é medo puro. O esquema montado para eliminar e massacrar adversários é forte e eficiente.
O ex-governador e atual senador, Cristovam Buarque (PDT), sabe disso. Bastaram as críticas ao governo Agnelo e alguns petistas rebeldes o procurarem declarando o desejo de ele ser novamente candidato ao Palácio do Buriti, para Cristovam levar boas bordoadas. Conseguiram enquadrá-lo na Lei da Ficha Limpa, mesmo antes de uma decisão final da justiça.
A deputada distrital Liliane Roriz (PSD) é cogitada para fincar a bandeira do rorizismo novamente no GDF. Ela herdaria os votos do pai, o ex-governador Joaquim Roriz (PSC), e ainda agregaria parte da oposição.
Pronto, foi o suficiente para descobrir aluguel de veículos pagos com a verba indenizatória. Parece um negócio semelhante ao que a maioria dos parlamentares faz, mas Liliane se deu mal porque uma das pessoas de quem ela alugou um veículo forneceu um endereço diferente do que o documentado.
Ainda é uma denúncia pequena e que causa pouco desgaste, mas se Liliane ousar levar em frente a ideia de disputar o Buriti vai levar muita pancada. Quanto maior a pancada, maior o potencial da candidatura. Liliane ainda vai apanhar muito.
O próximo da fila que pode aparecer nas manchetes negativas e responder denúncias deverá ser o senador Rodrigo Rollemberg (PSB). Quietinho, não assume que pretende disputar o cargo de Agnelo, mas sua candidatura é óbvia. E, para desespero de adversários e aliados, com grandes chances de vitória.
O partido de Rollemberg faz parte da base aliada do governador Agnelo, mas sua candidatura não será uma decisão apenas dele, faz parte do projeto nacional do PSB, que vai atrair PSD, e ambos podem caminhar com o PSDB de Aécio Neves. Quando assumiu a direção regional do PSD, o ex-governador Rogério Rosso ouviu a orientação do prefeito de São Paulo e líder maior da legenda, Gilberto Kassab, para colar no PSB.
Kassab e Eduardo Campos, presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, respectivamente, articulam um projeto nacional para 2014. Se essa união acontecer, Rollemberg e Liliane irão caminhar juntos.
O deputado federal José Antonio Reguffe (PDT) é o político com um dos maiores potenciais de votos de Brasília. O eleitor gosta do seu perfil. Os políticos o odeiam. É bem provável que ele apareça bem colocado nas primeiras pesquisas de intenção de voto para 2014. Mas ele morre de medo de assumir qualquer candidatura, seja ao governo ou ao Senado. Reguffe também já foi vítima de algumas notas mal intencionadas.
A lista de candidatos à guilhotina política é extensa. Nela estão personagens como o ex-deputado Alberto Fraga (DEM) e a deputada distrital Eliana Pedrosa (PSD). Vez ou outra são levados ao ringue para levar umas pancadas. O objetivo: limpar o caminho de qualquer candidatura adversária.
É por essas e por outras que o secretário de Habitação do DF e deputado federal licenciado, Geraldo Magela (PT), submergiu e não quer saber de conversar sobre 2014. Cristovam já disse que apoiaria a candidatura de Magela ao Buriti, para seu desespero.
O PMDB é o partido mais coerente do país. É governo, independente de quem esteja governando. O vice-governador Tadeu Filippelli é do PMDB. Ele estará no próximo governo, mas ainda tem motivos para se mexer. Vai esperar o movimento das nuvens para o cenário político ficar mais claro. Melhor assim, pois preserva sua cabeça do fogo amigo.
O terror da guilhotina política apavora almas. Mas não só em uma eleição direta isso acontece. E nem sempre são promovidos por grupos adversários. O fogo amigo também corta cabeças. Um bom exemplo é a eleição para a próxima Mesa Diretora da Câmara Legislativa.
O atual presidente da CLDF, deputado Patrício (PT), colocou em pauta a disposição de aprovar a reeleição e ser candidato à própria sucessão. Vem sofrendo um massacre político. Se tivesse mais de uma cabeça, todas seriam cortadas. Nem os governistas escapam. Mas Patrício erra quando capitaliza sozinho o desgaste da Câmara, sem dividir com os outros deputados, principalmente da Mesa Diretora.
Outro que surge como favorito ao comando da Câmara é o deputado Agaciel Maia (PTC). De uma hora para outra apareceu como autor de uma esquema de invasões de terra em Brasília, ao mesmo tempo em que lutou para a criação da Secretaria de Regularização. A deputada Arlete Sampaio (PT), outra candidata, agradece.
Não está se fazendo aqui juízo se fulano ou cicrano é inocente ou tem culpa no cartório. Apenas constatando que basta ter seu nome citado como possível candidato a qualquer coisa, para começar uma campanha de desconstrução de imagem. A crise na política brasiliense é muito maior do que a crise no governo. A crise é de princípios.
Como não triunfam por seus próprios méritos, e sem condições de mostrar a população que é o melhor candidato para esse ou aquele cargo eletivo, inverte-se o jogo que agora passa a ser de destruir os pretensos candidatos adversários para se chegar à eleição com o mínimo possível de concorrentes. Se não tiver nenhum na disputa, melhor.
Quem se atreve a sonhar com um cargo maior, mesmo em conversas reservadas – que sempre vazam -, coloca sua cabeça a prêmio. Do nada surge campanha na imprensa, ação no Ministério Público ou investigação policial colocando em xeque as condições morais do quase candidato. É uma guilhotina política que arruína a democracia porque atropela seus modos. No final, vence o menos pior.
Vivemos num regime nada democrático. Nossos políticos têm medo se assumir uma candidatura. No passado isso já foi celebrado como esperteza política. Hoje, é medo puro. O esquema montado para eliminar e massacrar adversários é forte e eficiente.
O ex-governador e atual senador, Cristovam Buarque (PDT), sabe disso. Bastaram as críticas ao governo Agnelo e alguns petistas rebeldes o procurarem declarando o desejo de ele ser novamente candidato ao Palácio do Buriti, para Cristovam levar boas bordoadas. Conseguiram enquadrá-lo na Lei da Ficha Limpa, mesmo antes de uma decisão final da justiça.
A deputada distrital Liliane Roriz (PSD) é cogitada para fincar a bandeira do rorizismo novamente no GDF. Ela herdaria os votos do pai, o ex-governador Joaquim Roriz (PSC), e ainda agregaria parte da oposição.
Pronto, foi o suficiente para descobrir aluguel de veículos pagos com a verba indenizatória. Parece um negócio semelhante ao que a maioria dos parlamentares faz, mas Liliane se deu mal porque uma das pessoas de quem ela alugou um veículo forneceu um endereço diferente do que o documentado.
Ainda é uma denúncia pequena e que causa pouco desgaste, mas se Liliane ousar levar em frente a ideia de disputar o Buriti vai levar muita pancada. Quanto maior a pancada, maior o potencial da candidatura. Liliane ainda vai apanhar muito.
O próximo da fila que pode aparecer nas manchetes negativas e responder denúncias deverá ser o senador Rodrigo Rollemberg (PSB). Quietinho, não assume que pretende disputar o cargo de Agnelo, mas sua candidatura é óbvia. E, para desespero de adversários e aliados, com grandes chances de vitória.
O partido de Rollemberg faz parte da base aliada do governador Agnelo, mas sua candidatura não será uma decisão apenas dele, faz parte do projeto nacional do PSB, que vai atrair PSD, e ambos podem caminhar com o PSDB de Aécio Neves. Quando assumiu a direção regional do PSD, o ex-governador Rogério Rosso ouviu a orientação do prefeito de São Paulo e líder maior da legenda, Gilberto Kassab, para colar no PSB.
Kassab e Eduardo Campos, presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, respectivamente, articulam um projeto nacional para 2014. Se essa união acontecer, Rollemberg e Liliane irão caminhar juntos.
O deputado federal José Antonio Reguffe (PDT) é o político com um dos maiores potenciais de votos de Brasília. O eleitor gosta do seu perfil. Os políticos o odeiam. É bem provável que ele apareça bem colocado nas primeiras pesquisas de intenção de voto para 2014. Mas ele morre de medo de assumir qualquer candidatura, seja ao governo ou ao Senado. Reguffe também já foi vítima de algumas notas mal intencionadas.
A lista de candidatos à guilhotina política é extensa. Nela estão personagens como o ex-deputado Alberto Fraga (DEM) e a deputada distrital Eliana Pedrosa (PSD). Vez ou outra são levados ao ringue para levar umas pancadas. O objetivo: limpar o caminho de qualquer candidatura adversária.
É por essas e por outras que o secretário de Habitação do DF e deputado federal licenciado, Geraldo Magela (PT), submergiu e não quer saber de conversar sobre 2014. Cristovam já disse que apoiaria a candidatura de Magela ao Buriti, para seu desespero.
O PMDB é o partido mais coerente do país. É governo, independente de quem esteja governando. O vice-governador Tadeu Filippelli é do PMDB. Ele estará no próximo governo, mas ainda tem motivos para se mexer. Vai esperar o movimento das nuvens para o cenário político ficar mais claro. Melhor assim, pois preserva sua cabeça do fogo amigo.
O terror da guilhotina política apavora almas. Mas não só em uma eleição direta isso acontece. E nem sempre são promovidos por grupos adversários. O fogo amigo também corta cabeças. Um bom exemplo é a eleição para a próxima Mesa Diretora da Câmara Legislativa.
O atual presidente da CLDF, deputado Patrício (PT), colocou em pauta a disposição de aprovar a reeleição e ser candidato à própria sucessão. Vem sofrendo um massacre político. Se tivesse mais de uma cabeça, todas seriam cortadas. Nem os governistas escapam. Mas Patrício erra quando capitaliza sozinho o desgaste da Câmara, sem dividir com os outros deputados, principalmente da Mesa Diretora.
Outro que surge como favorito ao comando da Câmara é o deputado Agaciel Maia (PTC). De uma hora para outra apareceu como autor de uma esquema de invasões de terra em Brasília, ao mesmo tempo em que lutou para a criação da Secretaria de Regularização. A deputada Arlete Sampaio (PT), outra candidata, agradece.
Não está se fazendo aqui juízo se fulano ou cicrano é inocente ou tem culpa no cartório. Apenas constatando que basta ter seu nome citado como possível candidato a qualquer coisa, para começar uma campanha de desconstrução de imagem. A crise na política brasiliense é muito maior do que a crise no governo. A crise é de princípios.
Fonte : Ricardo Callado
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